PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF)
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF), é causada por um coranavírus.
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença viral infecto-contagiosa, sistêmica, imunomediada, progressiva e fatal, que afeta não só gatos domésticos, mas também outros felídeos.
É considerada hoje a principal causa infeciosa de morte dos gatos domésticos, pois seu diagnóstico definitivo é difícil e muitas vezes confirmado apenas após a necrópsia.
Todos os gatos são suscetíveis à infecção, porém a incidência é maior nos animais jovens, na faixa etária de 3 meses a 3 anos, e nos idosos.
Outros fatores como, estresse, susceptibilidade genética, doenças intercorrentes como FIV e FeLV, capacidade imune, uso de fármacos imunossupressores, influenciam o aparecimento da PIF.
A transmissão acontece por via oro-fecal, o vírus é adquirido por meio do contato direto de gatos não infectados com fezes de um felino portador, geralmente pelo uso mútuo da liteira (caixa de areia).
A doença manifesta-se de duas formas: efusiva (húmida) e não-efusiva (seca), com base na quantidade de derrame cavitário (ascite ou hidrotórax).
Inicialmente, os gatos apresentam sinais clínicos inespecíficos e não localizados como:
- febre persistente e não responsiva a antibióticos,
- anorexia,
- inatividade,
- perda de peso,
- vômito,
- diarréia,
- desidratação,
- palidez (anemia).
À medida que a doença avança, os sinais inespecíficos progridem e a PIF manifesta-se ou na forma úmida (efusiva) , ou na seca (não efusiva). Alguns gatos apresentam características de ambas as formas.
O prognóstico da doença é bastante reservado, pois a PIF é progressiva e fatal.
A forma efusiva: é responsável por cerca 60% dos caso, é classificada pela presença de efusão pleural, peritoneal e/ou pericárdica, além de outras manifestações inespecíficas como desidratação, anorexia , febre e perda de peso.
Na efusão peritoneal ocorre aumento de volume abdominal de consistência macia e flutuante, tendo o animal ascite composta por fluido altamente protético e na maioria das vezes, amarelado e viscoso. A efusão torácica causa normalmente dispnéia e taquipnéia, podendo gerar cianose e/ou respiração de boca aberta.
A forma não efusiva: é responsável por cerca de 40% dos casos com mortalidade mais tardia.
Nesta forma, granulomas desenvolvem-se em diversos locais, sendo as manifestações clínicas extremamente variáveis, apresentando alterações inespecíficas (como febre intermitente não responsiva a antibióticos, perda de peso progressiva, icterícia, letargia e disorexia) e envolvendo órgãos como pulmão, fígado, rins, pâncreas, linfonodos mesentéricos, omento, olhos e sistema nervoso central.
Além disso, o animal pode apresentar lesões oculares, sendo as mais comumente observadas são as uveítes e precipitados queratóticos.
Manifestações neurológicas, ocorrem em cerca de 301%-50% dos gatos acometidos, as mais comuns são: anisocoria, nistagmo, ataxia, incoordenação, convulsão, hiperestesia, hiper-reflexia, propriocepção reduzida, paralisia de cauda, head tilt, depressão mental, paralisia, entre outros.
Referência Bibliográfica:
VETScience Magazine. Abril, 2014.