ADENOVIROSE CANINA
Doença altamente transmissível por via área, com sintomas similares aos da gripe de cães
Sintomas:
- coriza
- tosse
- espirros
AFECÇÕES PROSTÁTICAS EM CÃES
A próstata canina é uma glândula bilobada, com elementos glandulares e estromais.
A função da próstata é produzir fluído prostático, que corresponde à terceira fração do ejaculado e possui a função de fornecer suporte para os espermatozóides durante a ejaculação.
As doenças prostáticas são comuns em cães machos, adultos e idosos, não castrados e geralmente causam prostatomegalia.
As alterações prostáticas mais comuns são: Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), prostatites, cistos prostáticos, abscessos prostáticos, metaplasia prostática escamosa e neoplasia prostática.
Os sinais clínicos que indicam a existência de alterações prostáticas são:
- tenesmo,
- hematúria,
- estrangúria (micção, emissão lenta e dolorosa da urina),
- disquesia (dificuldade para defecar, para expelir os excrementos (fezes ou urina) ou evacuação dolorosa),
- constipação,
- secreção prepucial ou uretral,
- disúria (dificuldade para urinar que pode ser acompanhada de dor).
Fonte: Agener União. Volume 05. 2017
ARRITMIAS CARDÍACAS
Arritmias ou disritmias cardíacas são irregularidades nos ritmos cardíacos devido a alterações na formação e/ou condução do estímulo elétrico do coração.
As arritmias cardíacas podem ocorrer por várias razões, embora algumas não apresentem consequências clínicas, outras levam a sérios comprometimentos hemodinâmicos e morte súbita, especialmente na presença de cardiopatia de base.
A avaliação de uma paciente com arritmia deve ser completa, incluindo exame radiográfico, hemograma, perfil bioquímico além dos indicativos de comprometimentos hemodinâmicos como por exemplo históricos de episódios de síncope ou fraqueza, indícios de ICC, de cardiopatia de base como sopro cardíaco , cardiomegalia e outras anormalidades.
Somente a eletrocardiografia fornece elementos para a interpretação correta do distúrbio em questão com segurança.
Há diversos critérios para classificar as arritmias, um deles utiliza o mecanismo envolvido na sua gênese.
- Formação do impulso sinusal normal: ritmo sinusal normal, arritmia sinusal.
- Alterações na formação do impulso sinusal: bradicardia sinusal, taquicardia sinusal, parada sinusal.
- Alterações na formação do impulso supraventricular: complexos atriais prematuros, bloqueio sinoatrial, taquicardia atrial, flutter atrial, fibrilação atrial, ritmo juncional AV.
- Alterações na formação do impulso ventricular: complexos ventriculares prematuros. taquicardia ventricular, fibrilação ventricular.
- Alterações na condução do impulso: parada atrial, bloqueios AV de 1º, 2º e 3º graus.
- Alterações na formação e condução do impulso: pré-excitação ventricular e síndrome de Wolff-Parkinson_white (SWPW).
As arritmias também podem ser classificada de acordo com a sua origem:
- Arritmias supraventriculares: originam-se nos átrios ou NAV.
- Arritmias ventriculares: originam-se nos ventrículos.
Outra classificação baseia-se na frequência cardíaca:
- Taquiarritmias: alterações do ritmo cardíaco normal quando há despolarização precoce ou aumento da FC, com extrassístoles, e as taquicardias.
- Bradiarritmias: arritmias em que há diminuição da FC ou despolarização tardia, como as bradicardias, os bloqueios sinoatrial e atrioventricular e os ritmos de escape.
Fonte: Tratado de Medicina Interna Cães e Gatos .Parte 14. Cap. 133. Vol. 1.
BORDETELLA
A Bordetella bronchiseptica é uma patógeno respiratório primário em diversas espécies, incluindo suínos, cães (“tosse dos canis), gatos e seres humanos (em geral imunossuprimidos).
Pode haver a transmissão inter-espécies, existindo portanto, potencial zoonótico.
Esta bactéria pode estar envolvida em doenças respiratórias de trato superior principalmente em ambientes de colônia/abrigo, onde fatores como a densidade populacional elevada, estresse e manejo sanitário deficiente estejam envolvidos.
No geral, as manifestações clínicas respiratórias (tosse, espirros, secreção nasal /ocular) são discretas, estando associadas à manifestação de outros agentes, como herpesvírus e o calicivírus, nos casos mais graves.
Em filhotes menores que 10 semanas de idade, pode causar pneumonia.
O agente é eliminado através de secreção nasal e ocular de gatos infectados, contaminando outros animais por meio de contato direta com estas.
Fonte: Agener União. Boletim Pet. Volume 03/2015
BOTULISMO
O botulismo é causado por uma bactéria conhecida com Clostridium botulinum, que produz a toxina botulínica que é uma exotoxina que pode se apresentar tanto de forma esporulada como vegetativa.
É um doença relacionada à ingestão de restos de lixo, carne de animais mortos, terra com matéria orgânica, osso enterrados e, principalmente, a carniça e que pode se manifestar em poucas horas no organismo do animal ou alguns dias após a ingestão dos restos contaminados. Ele provoca a paralisia flácida, que impede o movimento dos membros e a deglutição.
A cauda é a unica parte do corpo que não perde os movimentos.
“É importante monitorar os animais sempre que estiverem ao ar livre, cuidar os quintais e áreas externas e impedir o acesso a carcaças e animais mortos”.
Não existe tratamento específico para o botulismo, o tratamento de suporte com fluidoterapia e manejo é extremamente importante.
É uma doença grave e , se não for tratada , pode levar o animal à óbito.
CALICIVIROSE FELINA
A Calicivirose Felina (CVF) é uma patógeno comum e altamente contagioso da população felina, conhecido por sua grande capacidade de mutação, causada pelo Calicivírus felino.
O calicivírus é um das principais causas de doença aguda do trato respiratório anterior e da cavidade oral em gatos.
O calicivírus felino (CVF) é um RNA vírus (fita simples) não envelopado, e muito mais suscetível a mutações do que os DNA vírus.
A predisposição à mutação é importante, pois cada gato pode possuir uma variante do CVF própria, denominada “quase-espécie” viral (gama de variedades diferentes, ou “núvem de variantes”, com mutações pontuais mínimas, mas que geram características antigênicas e, por vezes, patogênicas distintas)
As consequências desta rápida variação antigênica incluem o aparecimento de uma nova doença (com características e manifestações predominantes distintas), falha ou pouca efetividade vacinal, geração de resistência e cronificação da infecção.
Cerca de 80% dos gatos que sobrevivem à infecção aguda se tornam carreadores crônicos do CVF.
Estima-se que aproximadamente 25 a 30% dos gatos sadios pertencentes a criatórios comerciais e 10% dos gatos pertencentes a residências com um único animal sejam carreadores crônicos. alguns animais eliminam o vírus por toda vida.
Devido ao grande número de diferentes cepas de calicivírus, uma variedade de manifestações clínicas pode ser observada.
Dentre elas, as mais comuns são ulcerações orais e manifestações de doença do trato respiratório anterior, como:
- espirros,
- secreção nasal,
- secreção ocular.
As ulcerações na cavidade oral podem causar sialorreia e anorexia, e são mais frequentes na língua.
Em alguns casos, pode ocorrer pneumonia, manifesta por tosse, dispneia, febre e depressão e vista principalmente em animais muitos novos.
Especula-se também o envolvimento do calicivírus em gatos com o complexo gengivite-estomatite crônica.
O tratamento da calicivirose felina é sintomática.
A principal forma de controle da calicivirose é a vacinação.
Referência Bibliográfica:
Agener União. Boletim Pet. Volume 03/2015
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM CÃES
O carcinoma de células escamosas (CCE) é um tumor maligno dos queratinócitos.
É também conhecido como carcinoma de células espinhosas, carcinoma espinocelular ou carcinoma epidermóide.
Existem muitos fatores que estão associados ao desenvolvimento de carcinomas de células escamosas, incluindo a exposição prolongada à luz ultravioleta, falta de pigmento na epiderme, perda de pêlos ou cobertura de pêlos muito esparsa nos locais afetados.
Sabe-se que a dermatose solar é a primeira alteração significativa, quando se fala em sua evolução, ocorrendo nas junções mucocutâneas ou na pele que está com pouco pêlo e sem pigmentação principalmente.
Observa-se ainda, com frequência, eritema, edema e descamação que são seguidos por formação de crostas e adelgaçamento da epiderme com subseqüente ulceração. À medida que o tumor invade a derme, as áreas tumorais tornam-se mais firmes.
Com o tempo as úlceras aumentam de tamanho e profundidade, e infecções bacterianas secundárias resultam em um exsudato purulento na superfície da massa tumoral.
Os tumores podem ser de dois tipos: produtivos ou erosivos. Os produtivos possuem aspecto papilar de tamanho variável com aspecto de couve-flor, normalmente com superfície ulcerada e sangram com facilidade. Os erosivos são os mais comuns e são formados por úlceras cobertas com crostas, que se tornam
profundas e formam crateras.Como medidas terapêuticas comumente adotadas os procedimentos cirúrgicos agressivos e a quimioterapia como modalidade isolada de tratamento ou associada à cirurgia, podem proporcionar a cura de alguns tumores ou então prolongar a sobrevida dos pacientes. Além disto a radioterapia e a utilização de moduladores da resposta imunológica (imunoterapia) também constituem opções de tratamento na oncologia veterinária.
Fonte: REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353
CARCINOMA/ADENOCARCINOMA/COLANGIOCARCINOMA DO DUCTO BILIAR
São os tumores hepáticos malignos mais comuns no gato e os segundos mais frequentes no cão.
O comportamento tumoral é muito agressivo em ambas as espécies.
Em geral sofrem metástases para os linfonodos regionais, os pulmões e o peritônio, mas também para os rins, o coraçãoi, as glândulas adrenais, os olhos ou os ossos.
Ao exame físico, é frequente detectar a presença de massa na porção cranial do abdômen e distensão abdominal ou icterícia.
Outras manifestações incluem sinais neurológicos causados poe encefalopatia hepática, ou síndromes paraneoplásicas, como hipoglicemia ou alterações cutâneas.
Há relatos de miastenia grave (fraqueza e fadiga rápida dos músculos que estão sob controle voluntário / a doença é causada por uma falha de comunicação entre os nervos e os músculos) associada com carcinoma biliar.
Fonte: focus Veterinary #20.3
CASTRAÇÃO EM FÊMEAS! CADELAS E GATAS!
O procedimento cirúrgico é denominado OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA,
no qual consiste na retirada dos ovários, tubas uterinas e útero.
A indicação mais comum é a esterilização eletiva.
Em gatas, a recomendação da castração é antes do primeiro cio.
- Gatas tem chances maiores de desenvolver neoplasias mamárias malignas.
- A realização do procedimentos em GATAS, antes do primeiro cio reduz a incidência de tumores mamários para 9%, e após 14%.
Em cadelas, a recomendação da castração é pelo porte (tamanho).
- Em cadelas de grande porte, a castração é indicada entre o segundo e terceiro cio. Onde já ocorreu o fechamento da sínfise pélvica, e também reduz riscos de linfomas, osteossarcoma, mastocitoma cutâneo e distúrbios esqueléticos.
- Em cadelas de pequeno e médio porte, a castração é indicada após o primeiro cio. Mas vale salientar, que estudos mostram que se o procedimento for realizado ante do primeiro cio, reduz a incidência de tumores mamários para menos de 1% . Após o primeiro cio o risco vai para 8%. Após o segundo cio o risco vai para 26%.
- A etiologia dos neoplasmas mamários é multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos, ambientais, nutricionais e hormonais, sendo então que tanto as gatas, como as cadelas em algum momento da vida, pode desenvolver uma neoplasia mamária.
- Mas a castração das fêmeas é altamente protetora contra o aparecimento de tumores de mama.
- Os tumores mamários (neoplasias) progridem para sítios metastáticos, como linfonodos regionais e pulmão, com menor frequência para figado, rins, osso, pele, cérebro e glândula adrenal.
- Evita infecções uterinas (PIOMETRA), doença que atinge até 60% das fêmeas.
- Impede a ocorrência de torção uterina e ruptura de útero.
- Descarta a possibilidade de neoplasias uterinas.
- Previne prolapso de útero.
- Previne hiperplasia vaginal.
- Impossibilita a ocorrência de cistos ovarianos.
- Anula os hormônios que causam pseudociese (gravidez psicológica).
- Em casos de gravidez indesejada, evita o abandono da ninhada.
- Evita continuidade de doenças hereditárias, tais como hérnias em geral, luxação de patela, displasia coxo-femural dentre outras.
- A recuperação é rápida e a retirada dos pontos é feita entre 7 – 10 dias
- A prescrição das medicações para o pós operatório como antibióticos, anti inflamatórios e analgésicos deve ser respeitada e administrada corretamente pela via indicada e horário.
- Os cuidados no pós operatório são essenciais para o sucesso da cirurgia.
- Outras ressalvas quanto a castração precoce são : pode predispor a episódios repetidos de cistite e vulvo-vaginite; incontinência urinária; deixar as fêmeas menos ativas; predisposição a obesidade; alteração da textura da pelagem; mais irritadiças; alterar a aparência quando adulta.
-
Converse sempre com seu Médico Veterinário, tire todas suas dúvidas, não banalize o procedimento cirúrgico.
OS ANIMAIS SE TORNAM MAIS SAUDÁVEIS E SUA EXPECTATIVA DE VIDA AUMENTA!
CASTRAÇÃO EM MACHOS! CÃES E GATOS!
O procedimento é denominado ORQUIECTOMIA,
no qual consiste a retirada dos testículos.
- Evita brigas por disputa territorial.
- Evita e diminui demarcação com urina em todos os lugares da casa.
- Nos gatos, diminui o cheiro forte de urina.
- Previne tumores de próstata, e consequentemente hérnias perineais, escrotais e ou inguinais.
- Os tumores de próstata podem ocorrer tanto em machos castrados, quanto em machos inteiros.
- Os carcinomas prostáticos são localmente invasivos e podem se desenvolver dentro da uretra postática, causando obstrução urinária.
- Alguns sinais como dificuldade de urinar; urina com sangue; dificuldade de defecar; perda de peso; dor abdominal, devem ser informados ao seu Médico Veterinário.
- Evita que eles fujam de casa atrás de fêmeas no cio.
- Evita a continuidade de doenças hereditárias, tais como hérnias em geral, luxação de patela, displasia coxo-femural, criptorquismo e outras.
- Cães que possuem acesso a rua quando castrados, tem menor chance de adquirir TVT (tumor venéreo transmissível – tipo câncer) por não terem contato sexual.
- Cães de guarda se tornam mais concentrados (evita distração com fêmeas ao redor que estejam no cio).
- A recuperação é rápida e a retirada dos pontos é feita entre 7 – 10 dias.
- A prescrição das medicações para o pós operatório como antibióticos, anti inflamatórios e analgésicos deve ser respeitada e administrada corretamente pela via indicada e horário.
- Os cuidados no pós operatório são essenciais para o sucesso da cirurgia
OS ANIMAIS SE TORNAM MAIS SAUDÁVEIS E SUA EXPECTATIVA DE VIDA AUMENTA!!!
CELULITE JUVENIL CANINA
A celulite juvenil, ou linfadenite granulomatosa estéril juvenil, é uma doença piogranulomatosa incomum, que acomete filhotes com idade entre três semanas e seis meses.
É uma doença de etiopatogenia desconhecida, mas acredita-se que tenha relação com a vacinação, infecção pelo vírus da cinomose ( precisa ser melhor investigado) , reações alérgicas. além de predisposição genética e racial.
Os sinais clínicos decorrentes dessa enfermidade incluem lifadenopatia submandibular, alopecia, edema, pápulas, pústulas e crostas em pálpebras, lábios e focinho.
Também podem ocorrer sinais sistêmicos, como letargia, pirexia, perda de apetite e claudicação.
O diagnóstico é obtido pelo histórico, sinais clínicos e exames citológicos e histopatológico.
O tratamento envolve altas doses de glicocorticoides, outros fármacos imunossupressores e controle da infecção secundária.
O uso é controverso em filhotes, por predispor a infecções graves.
O prognóstico da doença é, em geral, bom e a resolução clínica pode ocorrer entre uma a quatro semanas depois de instituído o tratamento.
Quando o diagnóstico é precoce a resposta ao tratamento ocorre nos primeiros cinco dias.
Referência Bibliográfica:
Fonte: http://certidao.cfmv.gov.br/revistas/edicao74.pdf / SUPLEMENTO CIENTÍFICO – Páginas: 67-71
AUTORES: Jéssica Miranda Cota / Lissandro Gonçalves Conceição / Fernanda Campos Hertel / Aline Silvestrini da Silva
CINOMOSE
A cinomose é uma doença que possui alta morbidade e mortalidade.
É uma doença infecciosa altamente contagiosa e letal, causada por vírus da família Paramyxoviride.
A maior incidência da doença é em cães jovens, com menos de 6 meses de idade, animais não vacinados anualmente e animais idosos, que não apresentam uma boa resposta imunológica assim como animais portadores de doenças que desencadeiam uma imunossupressão como a Leishmaniose, Ehrlichiose e Verminoses.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato, pois o vírus é eliminado pelas gotículas e aerossóis, secreções nasais, fezes, urina, saliva por um período de de até 90 dias.
As características climáticas do inverno favorecem presença do vírus no ambiente. Mas é sensível a locais quentes e úmidos.
Também é sensível a diversos desinfetantes utilizados rotineiramente na higiene doméstica, como amônia quartenária ou hipoclorito de sódio.
O vírus não permanece viável no ambiente quando ocorre a desinfecção de uma forma adequada.
Mas indicado é ficar em torno de 3 meses sem um novo filhote no ambiente. E nesses casos indicado já levar um filhote com as três doses de vacina realizadas.
Evite reutilizar os objetos de animais suspeitos como caminhas, comedouros, bebedouros, coleiras, etc…
De 50 a 70% das infecções são subclínicas.
O período de incubação varia de 4 a 10 dias e o primeiro sinal de infecção costuma ser uma conjuntivite serosa ou mucopurulenta, seguida de tosse seca que, com o tempo, torna-se produtiva.
Outros sinais clínicos como:
- Apatia,
- Anorexia,
- Febre,
- Vomito,
- Diarreia fluida com ou sem sangue,
- Tenesmo e intussuscepção também estão presentes,
- Nas infecções neonatais, podem ocorrer hipoplasia de esmalte (quando há infecção antes da erupção dos dentes definitivos). Os dentes ficam com a superfície irregular e há exposição da dentina amarelada ou amarronzada.
- Assim como lesões cutâneas como dermatite vesicular ou pustular (impetigo) no abdome e hiperqueratose nasal e dos coxins digitais,
- Pode ocorrer ou não o aparecimento de sinais neurológicos, geralmente ocorrem 1 a 3 semanas após recuperação da doença sistêmica,
- Como a inclinação da cabeça, nistagmo, paralisia parcial ou total, caminhar compulsivo, mioclonias, distúrbios de comportamento como agressividade, vocalização, choro constante , delírio, perseguição da cauda.
A cinomose é descrita como a virose que causa sinais respiratórios, digestivos, cutâneos e nervosos. Podendo o animal apresentar as 4 fases ou não.
Não existe tratamento específico para o vírus da cinomose, o tratamento consiste principalmente em suporte, fluidoterapia e antibioticoterapia para combater as infecções oportunistas são o grande foco.
A internação é recomendável, para melhorar o quadro clínico.
As vezes anticonvulsivantes são necessários apenas em casos nos quais o animal apresenta quando convulsivo, mas não existe tratamento para a mioclonia subsequente.
Por ser uma doença que desencadeia sintomatologia clínica em vários sistemas, a mortalidade da doença pode atingir até 90% nos animais que não forem tratados adequadamente.
O prognóstico de casos de infecção pelo vírus da cinomose é sempre de reservado a ruim.
Quanto mais rápido a doença for diagnosticada e o animal receber tratamento, melhor é o prognostico e resposta clínica.
A vacinação é a melhor prevenção, e que seja realizada de forma correta.
A vacinação não é recomendada em animais suspeitos, para não sobrecarregar ainda mais o sistema imune.
Algumas dicas:
- Quando adquirir um filhote, seja comprado ou adotado, observe como estão os outros cães do ambiente.
- Colete informações sobre o filhote, se já foi administrado algum vermifugo, o que esta comendo (ração? qual?), se esta ativo.
- Após leve o para casa.
- Já escolha o local que ele vai ficar, com caminha, comedouro, bebedouro, tapete higiênico e brinquedos.
- Desverminar o filhote, a indicação de dose e qual medicamento é realizada pelo Médico Veterinário.
- Ficar com o filhote por um período de 7 – 10 dias, em casa, observando se esta alimentando-se bem, bebendo água e fazendo suas necessidades normalmente.
- Começar fazer as vacinas conforme a indicação do Médico Veterinário (Vanguard Plus ou Vanguard HTLP 5/CV-L – Zoetis )
- Nunca leve ele para passear na rua, ou dar uma voltinha, faça isso somente 15 dias após terminar o esquema de vacinação.
- Sempre tenha o Médico Veterinário de sua confiança para esclarecer, orientar e realizar qualquer procedimento no seu filhote.
Referência Bibliográfica:
VETScience Magazine . Maio, 2014.
Caderno Universitário Medicina de Cães e Gatos / ULBRA
CISTITE IDIOPÁTICA FELINA (CIF)
A cistite Idiopática Felina (CIF) é definida como uma doença crônica, inflamatória, com apresentação clínica de micção dolorosa, ausência de infecção bacteriana, de etiopatogenia ainda não definida.
É provável que se trate de uma síndrome com múltiplas causas, dado o espectro de apresentação e manifestação clínica da CIF.
Crescentes evidências sugerem que alterações na permeabilidade epitelial da bexiga e alterações neuroendócrinas desenvolvem um importante papel na fisiopatogenia.
A cistite idiopática é uma patologia de gatos jovens, incomum em gatos com menos de 1 ano e acima de 10 anos. machos e fêmeas podem ser acometidos, apesar de alguns estudos relatarem uma prevalência maior em machos. Gatos de raça pura são mais acometidos. Gatos que se alimentam com mais de 50% de ração seca, gatos castrados e com sobrepeso também fazem parte do grupo de risco. Os fatores de risco como estresse ambiental e manejo inadequado, comorbidades e predisposição individual assumem uma grande importância na CIF.
Alguns fatores relacionados ao estresse envolvidos no desenvolvimento da CIF:
-Território interno com alta densidade populacional de gatos.
-Estilo de vida confinado e nenhum comportamento de caça.
-Mudança de território e perda de algum gato da casa.
-Uso exclusivo de caixa de areia para micção e número pequeno de caixa de areia.
-Introdução de outro gatos na moradia.
-Comportamento de medo e ansiedade.
-Gatos com acesso externo, que residem em local com vizinhança de alta densidade populacional.
-Ambientes internos sem enriquecimento ambiental, baixa atividade física.
Referência Bibliográfica:
Agener União/Volume 1 2018
CISTOS E ABSCESSOS PROSTÁTICOS
Os cistos prostáticos podem ser associados à HPB e são formados quando os canalículos se obstruem, causando acúmulo de fluído prostático.
Os abscessos prostáticos são, geralmente. resultantes de infecção bacteriana ascendente que ultrapassa as barreiras de defesa da uretra e coloniza o parênquima prostático.
Fonte: Agener União. Volume 05. 2017
CLAMIDIOSE FELINA
A Chlamydia felis é uma bactéria gram-negativa, parasita intracelular obrigatório, com predileção por epitélio conjuntival (mas também realizando replicação em epitélio respiratório, gastrintestinal e genito-urinário).
É um dos principais agentes causadores de conjuntivite em gatos, além da micoplasmose.
É comum em animais jovens (entre dois meses e um ano de idade), dificilmente acometendo animais com mais de cinco anos.
É transmitida por meio do contato com secreções conjuntivais contaminadas, sendo o contato direto a principal forma de transmissão.
Gatos com clamidiose apresentam:
- conjuntivite,
- com secreção ocular,
- hiperemia conjuntival,
- quemose
- blefaroespasmo sendo as manifestações mais comuns.
Referência Bibliográfica:
Agener União. Boletim Pet. Volume 03/2015.
COLAPSO TRANQUEIA
O colapso de traqueia em cães é um problema de saúde multifatorial, ou seja, existem muitas causas que explicam o seu surgimento e desenvolvimento.
Uma das causas mais comuns é o fator genético.
Em outra palavras, animais que possuem essa doença no histórico familiar podem apresentar, futuramente, este mesmo problema.
Além da genética, outras causas são registradas como o próprio processo de envelhecimento do animal e o desencadeamento de complicações de infecções.
CONSTIPAÇÃO CRÔNICA EM FELINOS
A dificuldade na evacuação ou constipação é uma queixa frequente na clínica de felinos, podendo ocorrer em gatos de qualquer faixa etária, sendo mais comum entre gatos idosos.
O termo constipação é utilizado para referir uma dificuldade na evacuação na frequência de eliminação fecal. Uma variante mais grave da constipação é a obstipação. O paciente em crise de obstipação não consegue evacuar, muitas vezes nem mesmo com auxilio terapêutico.
A disquesia (evacuação dolorosa) e o tenesmo (vontade constante de evacuar, mesmo que não haja necessidade) geralmente são descritas pelos proprietários de gatos com constipação ou obstipação.
Tanto a constipação como a obstipação podem ser causa ou consequência de uma alteração funcional do cólon, denominada de megacólon.
*Megacólon idiopático: onde a dilatação e atonia do cólon não tem uma origem definida
*Megacólon hipertrófico: esta associado a uma obstrução mecânica à passagem de fezes na região pélvica, geralmente decorrente de um estreitamento do canal pélvico pós-fratura.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA COSNTIPAÇÃO
O tratamento da constipação e obstipação em gatos tem como objetivo promover evacuações frequentes, o mais próximo possível da normalidade e que o ato da evacuação não seja acompanhado de nenhum tipo de desconforto ao paciente.
*Dieta rica em fibra e alimento úmido
*Laxantes
*Procinéticos
*Probióticos
Referência Bibliográfica:
PremieRvet – Informativo Técnico
Edição 1/2019
Prof. Dr. Archivaldo Reche Junior
PremieR Nutrição Clínica
CORONAVIROSE
É transmitida da mesma forma que a Parvovirose e apresenta sintomas semelhantes a ela, porém mais brandos
CORONAVÍRUS FELINO
Existem dois tipos de coronavírus em felinos: o que provoca a PIF (peritonite infecciosa felina) e outro que provoca uma enterite viral, bastante semelhante à coronavirose canina.
As cepas que provocam enterite são pouco virulentas e só provoca, doença em gatinhos de pouca idade. Gatos adultos podem ser assintomáticos
Na forma intestinal, os gatos eliminam o vírus nas fezes por 2 a 3 semanas.
Sinais clínicos: febre baixa, diarréia leve a severa que dura de 2 a 5 dias, pode haver leucopenia transitória
DEMODICOSE CANINA/ SARNA DEMODÉCICA
Demodex canis é um ácaro microscópico alongado que vive nos folículos pilosos.
A presença dos ácaros, o sistema imune e as características da derme contribuem para a demodicose.
As lesões se instalam quando há população excessiva de Demodex canis, um habitante comensal normal da pele dos cães.
As lesões são mais comuns na face, mas podem ser encontradas por todo o corpo quando ocorre a disseminação.
Normalmente há área de alopecia regional, multifocal ou difusa com eritema, descamação, pápulas. A pele pode apresentar também liquenificação, hiperpigmentação, pústulas, erosões, crostas e/ ou úlceras decorrentes de piodermatite secundária superficial ou profunda.
Sintomas sistêmicos como febre, depressão,anorexia podem ser observados quando há septicemia secundária.
Os filhotes lactantes adquirem o D. canis de suas mães nos primeiros dias de vida.
A proliferação patológica dos ácaros e consequente doença pode ser facilitada por:
- imunossupressão em consequência de hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo, quimioterapia, neoplasias e outras doenças concomitantes.
- períodos de estresse como estro, prenhez, cirurgia, transporte podem recidivar a doença.
- subnutrição
- endoparasitismo
Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003.
DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA
A dermatite acral por lambedura é uma síndrome comum no cão, que se caracteriza por autotraumatismo em área focal, notadamente nas extremidades distais dorsais dos membros.
O processo de lambedura compulsiva resulta em lesão alopécica, eritematosa e firme, de dimensões variadas, muitas vezes ulceradas, geralmente acompanhada de piodermite bacteriana secundária.
A terapia tópica, tem sucesso limitado, pois muitas vezes, a tentativa de administrar produtos tópicos é estressante para o cão ou porque a presença deste estimula a lambedura.
A dermatite acral por lambedura é um transtorno também para o cão pois pode manifestar hiporexia ou até anorexia, irritabilidade e dor no local da lesão.
A causa primária de Dermatite Acral por Lambedura deve ser identificada e corrigida, algumas delas são:
- Hipersensibilidade (atopia, alimento)
- Pulgas
- Demodicose
- Traumatismo (corte, contusão)
- Reação a corpo estranho
- Infecção (bactéria, fungo)
- Hipotiroidismo
- Psicogênica
- Neuropatia
- Osteopatia
O USO DO COLAR ELISABETANO É RECOMENDADO EM TODOS OS CASOS.
Fonte :Pet Society Clinical . Agosto 2012 e Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003.
DERMATITE ATÓPICA CANINA / ATOPIA
A Dermatite Atópica Canina (DAC) é uma dermatose inflamatória e pruriginosa de origem genética, e de alta incidência.
Sua fisiopatologia é considerada complexa e envolve vários fatores de natureza imunológica e não imunológica.
Há uma reação alérgica à substâncias ambientais. A atopia não é somente uma enfermidade alérgica, há comprovação de que animais alérgicos apresentam um defeito na barreira de proteção da pele, facilitando o seu ressecamento, deixando-a exposta às substâncias que causam alergia e mais predisposta a infeccionar.
A atopia é uma doença hereditária, e não congênita. Ou seja, a combinação genética dos pais leva ao nascimento de uma animal atópico.
A maioria dos cães, 70% apresenta o início dos sintomas entre 6 meses e 3 anos idade.
A atopia assim como a infecção de pele do cão atópico, não são transmissíveis.
Os sinais clínicos iniciais podem manifestar-se em determinada época do ano, dividindo a DAC em sazonal e não sazonal. Eventualmente, alguns pacientes desenvolvem a forma de atopia não sazonal, na qual o prurido ocorre durante todo o ano, porém há agravamento dos sinais nos mesmo mais quentes.
O sinal clínico da DAC é prurido em áreas sem lesão visível ou com máculas eritematosas. Pode ser localizado ou generalizado.
Face, pavilhão auricular, extremidade distais dos membros, axilas, região inguinal, estas manifestações contribuem para o desenvolvimento de infecções e podem originar lesões secundárias.
86% dos pacientes apresentam otite externa e prurido do pavilhão auricular, 50% podem apresentar conjuntivite, epífora e blefaroespasmo e seborréia acentuada até 20% dos pacientes.
Aeroalérgenos: ácaros, fungos, pólens e gramíneas
Microrganismos residentes da pele: principalmente levedaduras da espécie Malassezia pachydematis e bactérias do gênero Staphylococcus.
Irritantes: podem estar presentes em cobertores ou roupas de lã, carpetes, tapetes, agentes de limpeza, ou outros componentes que podem provocar irritação mecânica
Fonte : Virbac e VETScience Magazine. Fevereiro, 2014.
DERMATITE ÚMIDA / ECZEMA ÚMIDO
A dermatite úmida também conhecida como eczema úmido ou dermatite piotraumática é uma patologia que ocorre tanto em cães como em gatos.
Em gatos é mais rara e cães com pelagem grossa ou longa é mais comum
A dermatite úmida aguda é o termo generalizado para designar quaisquer feridas na pele que estejam contaminadas.
Umidade, calor e bactérias fazem com que a ferida coce e inflame.
A lesão se instala quando o animal lambe, morde, coça ou esfrega o local, em resposta ao estímulo pruriginoso ou dolorido.
Causadores da dermatite:
- Pulgas, ácaros de pele e outros parasitas, as alergias de pele , irritação de pele, doenças de ouvido e infecções anal e da glândula, e a higiene do animal for negligenciada.
Diagnóstico diferencial de demodicose, dermatofitise, piodermatite superficial.
Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003
DERMATOFITOSE / MICROSPORUM CANIS
O Microsporum canis é o dermatófito mais prevalente causador da Dermatofitose .
Quando falamos de dermatofitose, causada pelo Microsporum Canis, devemos lembrar que se trata de uma zoonose importante.
Nas últimas décadas os cães e gatos passaram a fazer parte das famílias e não mais se restringem aos quintais e ás funções de guarda por exemplo.Eles estão mais próximos aos seus proprietários e dividem os espaços mais íntimos da casa, além da estreita relação de carinho que se foi estabelecida. Devido a este contato a este contato mais próximo a possibilidade de contágio dos proprietários, em especial crianças, idosos e pessoas com algum tipo de imunossupressão se torna muito maior e a partir deste momento o papel do médico veterinário passa a ser de extrema relevância no campo da saúde pública.
Sabe-se que os esporos são extremamente resistentes e podem sobreviver por períodos superiores a um ano no ambiente ou em fômites, o que torna a dermatofitose uma doença considerada de elevado contágio.
Assim, tratar os animais não basta para conter a doença, tem-se que ter em mente que o tratamento simultâneo na tentativa de diminuir a contaminação ambiental requer os mesmos esforços e atenção do veterinário e cooperação do proprietário.
As manifestações clínicas em animais doentes podem apresentar lesões alopécicas, muitas vezes circulares, eritema, querions e crostas.
Alguns animais podem apresentar prurido, que pode variar de grau leve a severo. Gatos podem apresentar lesões que variam de descamação, crostas, alopecia focal até alopecia generalizada e dermatite miliar. Outra apresentação bastante rara mas possível é o pseudomicetoma, quando ocorre formação de um granuloma pela invasão do fungo a camadas profundas da derme e do subcutâneo.
Quanto à prevalência da doença entre cães e gatos, embora ela independa da idade, sexo, raça ou porte dos animais, observa-se que animais idosos, filhotes ou imunossuprimidos são bastante acometidos. Em regiões de climas mais quentes e úmidos, observa-se uma incidência maior da doença quando comparada a climas secos e frios.
O diagnóstico definitivo é baseado na cultura fúngica.
A combinação dos tratamentos tópicos e sistêmicos bem como o rígido controle ambiental e contactantes são indispensáveis para a resolução da doença.
Fonte: Agener União. Boletim Pet. Volume 01/2015.
DESVIOS (SHUNTS) PORTOSSISTÊMICOS CANINOS
Os desvios portossistêmicos (DPS) são comunicações vasculares que permitem a passagem de sangue diretamente da circulação portal para a circulação sistêmica, desviando-se do fígado.
Os desvios portossistêmicos congênitos constituem a anomalia congênita mais comum do sistema hepatobiliar do cão.
Os DPS podem ser adquiridos ou congênitos, intra-hepáticos ou extra-hepáticos.
Os animais com DPS podem ter desvios simples, duplos ou múltiplos e apresentar anormalidades concomitantes, como atresia completa da veia porta ou hipoplasia da veia porta.
Os sinais clínicos causados pelos DPS podem ser variáveis e vagos, mas os sinais neurológicos constituem apresentação mais comum.
Normalmente, os animais afetados apresentam-se abaixo do porte ideal, com histórico de hiporexia (apetite deficiente) e baixo
DIABETES MELLITUS
A prevalência de Diabete Mellitus (DM) em cães tem aumentado com o passar dos anos.
A Diabete Mellitus é uma endocrinopatia caracterizada por uma deficiência da secreção de insulina pancreática.
A insulina promove a entrada de glicose nas células, que é então usada no metabolismo.
AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE DM SÃO:
- aumento do consumo de água (polidipsia)
- aumento da frequência de micção (poliúria)
- letargia
- aumento de consumo de alimentos (polifagia)
FATORES DE RISCO EM CÃES:
- hiperadrenocorticismo
- pancreatite
- predisposição racial
- estresse
- envelhecimento (+ 7 anos)
- obesidade
- diestro e prenhez
OBJETIVOS NUTRICIONAIS NO DIABETES MELLITUS:
- limitar a flutuação de glicose
- minimizar a hiperglicemia pós-prandial
- manter um cronograma regular e consistente de fornecimento de limentos e de administração de insulina
Fonte:
DIPILIDIOSE
A dipilidiose é causada pelo Dipylidium caninum que é um dos parasitos mais frequentes de cães e gatos.
São vermes achatados e segmentados (cestódeos), com corpo formado por vários anéis, conhecidos como proglotes, que costumam ser liberadas nas fezes ou sair ativamente pelo ânus do animal. Esses proglotes, anéis, assemelham-se a uma grão de arroz cozido e costumam chamar atenção dos proprietários especialmente quando em movimento.
A dipilidose é caracterizada como zoonose e pode apresentar-se sob duas formas
Formação de cisticercóide : ocorre a ingestão das cápsulas ovígeras do parasita Dipylidium caninum, através de fômites ou pelo hábito de levar a mão à boca;
Danos intestinais: ocorrem quando há ingestão acidental de pulgas contaminadas pelo Dipylidium caninum. Quando esta pulga for ingerida nos intestinos da pessoa que engoliu, o cisticercóide que estava na pulga é liberado. Nos animais e no homem, esse se desenvolverá em verme adulto, causando danos à mucosa intestinal e má absorção dos nutrientes.
A contaminação poderá ocorrer tanto pela ingestão dos ovos do parasita presentes no ambiente em que o animal contaminado vive, quanto pela ingestão da pulga contaminada pelo parasita, principalmente quando os animais dormem nas camas junto ás pessoas
A incidência da enfermidade é muito comum em adultos quanto em crianças porém os eu diagnóstico é muito raro devido aos sintomas inespecífico.
Os sinais mais comuns irritação das mucosas intestinal e anal, com diarreia intermitente e mucoide, alteração do apetite e perda de peso, mas normalmente as infecções são assintomáticas e o único sinal é o prurido anal, devido à migração dos proglotes.
Fonte: Bayer Zoonoses.
DIROFILARIOSE
O verme do coração põe em risco a vida do pet.
Dirofilariose, uma doença séria e frequentemente fatal, é causada pelos vermes adultos da Dirofilaria immitis
O verme adulto vive no lado direito do coração e nas artérias pulmonares
Sinais clínicos incluem tosse, dispneia, redução da tolerância a exercícios físicos e insuficiência cardíaca
DISPLASIA RENAL
Displasia renal é a desorganização estrutural do parênquima renal durante a embriogênese, induzindo ao desenvolvimento
de insuficiência renal crônica em cães filhotes e adultos jovens.A displasia renal é uma doença hereditária ou congênita, caracterizada pelo desenvolvimento desorganizado do parênquima renal devido a anormalidades na nefrogênese, apresentando estruturas inapropriadas ao estágio de desenvolvimento do animal.
A severidade da doença depende da proporção de néfrons imaturos e cursa com insuficiência renal crônica (IRC)entre 4 meses e 2 anos de idade .
Os sinais clínicos incluem polidipsia, poliúria, vômito, desidratação, anemia,osteodistrofia renal, entre outros.
Esta doença é descrita com maior frequência nas raças Shi Tzu e Lhasa Apso, mas outras raças como Boxer, Chow Chow, Golden Retriever, Schnnauzerminiatura, Poodle, Elkhound Norueguês, Soft CoatedWheaten Terrier e Yorkshire também podem ser acometidas.
Diante de inúmeras raças acometidas, incluindo os mestiços, da faixa etária ampla e do caráter hereditário ou congênito da displasia renal, esta deve ser investigada em animais jovens com sinais clínicos de IRC e em cães com predisposição racial, para evitar animais portadores e a reprodução dos mesmos.
DISQUERATINIZAÇÃO
É uma dermatopatia comum na rotina clínica, podendo ser primária ou secundária.
Os distúrbios de queratinização são aqueles em que há alteração na superfície da pele deviso a mudanças proliferativas da epiderme, folículo piloso e / ou glândulas sebáceas.
Os distúrbios podem ser divididos em:
- hiperqueratose: quando há um excesso de produção de queratina. o que confere um aspecto grosseiro à pele.
- hipoqueratose: que ocorre raramente e é resultado da diminuição da produção de queratina.
- disqueratose: que é a queratinização anormal de grupos celulares específicos.
Atualmente os termos corretos são disqueratinização para os quadros mais ressecados, que antigamente recebiam o nome de “seborreia seca”,enquanto o termo seborreia é aplicado aos quadros untuosos.
Os defeitos de queratinização podem ser congênitos ou adquiridos.
Os congênitos são os distúrbios primários: ictiose, displasia epidérmica dos Westies, dermatose responsiva à vitamina A, displasia da glândula sebácea, seborreia felina (mais comuns em gatos Persas jovens), hiperqueratose nasodigital, acne, dermatose marginal da orelha, hiperplasia do órgão da causa, dermatoses esfoliativas ligadas a fármacos.
DOENÇA DO SACO ANAL (SACULITE ANAL)
A doença do Saco Anal, ou Saculite Anal é um distúrbio mais comum da área anal nos pequenos animais, especialmente em cães e rara em gatos.
Todos os cães e gatos, possuem 2 (duas) estruturas chamadas de Saco Anal, similar a uma bolsa, e dentro de cada bolsa uma glândula chamada de glândula adanal ou glândula do saco anal.
Fica localizada lateralmente ao ânus, não visível externamente
Estas glândulas produzem um material (fluído) oleoso de coloração amarelo-acastanhada extremamente fétido, que tem função basicamente de defesa e identificação social.
Elas se comunicam com meio externo, através de seus canais, pequenas aberturas localizadas na mucosa anal.
Sempre que o animal defeca, estas glândulas são esvaziadas pela pressão que a passagem das fezes produz no canal, ou seja são esvaziadas durante a defecação normal e passeio.
Esta secreção pode também ser libertada para marcação do território ou como meio de defesa contra outros animais.
A Etiologia da doença é pouco compreendida.
Classificação:
Essas classificações provavelmente representam uma série, na qual os sacos anais impactados tendem a se inflamar ou infectar, e a infecção pode levar a abscedação , finalmente a ruptura ou fistulação.
- Impactação: ocorre um endurecimento do conteúdo glandular, de modo que a secreção não é mais eliminada fisiologicamente, causando acúmulo de conteúdo no saco anal, que acaba gerando dor e incomodo ao animal.
- Infecção (Saculite): quando há crescimento bacteriano nas secreções dos Sacos Anais tornando-se amareladas ou com pus e sangue. No caso de uma Saculite, além da compressão manual dos Sacos, o animal deve ser sujeito a antibioterapia sistêmica.
- Abcesso: ocorre secundariamente à impactação e infecção, ocorrendo o rompimento do saco anal. Eritema perianal, edema, exsudação e febre são sinais clínicos encontrados.
- Ruptura/ Fistulação: é considerada doença progressiva crônica, caracterizada por tratos fistulados ulcerantes, profundos e supuração nos tecidos perianais.
Predisposição:
- As afecções dos Sacos Anais são mais frequentes em raças de cães pequenos como Poodles Miniatura, Chihuahuas e Toy Poodles, podendo no entanto, aparecer em qualquer raça e tamanho.
- Maior predisposição em animais obesos uma vez que a drenagem dos Sacos fica dificultada.
- Os gatos raramente têm problemas com os seus Sacos Anais.
- Não há predisposição sexual nem etária.
Fatores de risco:
- Dietas muito ricas em gordura;
- Fezes moles crónicas;
- Episódio de diarreia recente;
- Hipersecressão glandular;
- Disfunção do esfíncter anal externo;
- Animais parasitados.
Sintomas:
- Tenesmo (defecação dolorosa e prolongada);
- Protuberância da região anal;
- Prurido (coceira) perineal, o ato de esfregar a bundinha no chão;
- Dermatite piotraumática local;
- Ato de mordiscar e perseguir a cauda;
- Dor e desconforto quando sentados;
- Animais cheiram/ lambem a zona perineal excessivamente;
- Corrimento sangrento e com cheiro desagradável na zona perineal
Como prevenir:
- Evitar o excesso de peso do animal.
- Optar por dietas ricas em fibra ( podem, em alguns casos, ajudar a diminuir a impactação).
- A frequência com que os sacos anais devem ser esvaziados, varia de animal para animal.
- A melhor opção é deixar que seja o próprio animal a alertar-nos quando os sacos estão cheios, através da manifestação dos sinais clínicos compatíveis.E sempre ser realizada pelo Médico Veterinário.
O exame do conteúdo do saco anal pode ser:
- Saco Anal normal- contém fluido marrom-amarelado pálido ou claro.
- Saco Anal impactado – apresenta material espesso, marrom e pastoso.
- Saculite anal – exsudato fluido amarelo cremoso ou amarelo-esverdeado.
- Abscesso do Saco Anal – geralmente contém exsudato marrom-avermelhado.
Tratamento:
- O tratamento vai desde a comprimir manualmente a estrutura,
- Lavar com clorexidina,
- Antibióticos locais,
- Anti-inflamatório,
- Compressas mornas na região
- O tratamento cirúrgico também pode ser realizado, mas a incontinência fecal pode ocorrer como complicação pós-operatória.
Diagnóstico diferencial:
- Neoplasia (Câncer) do Saco Anal ou Perineal;
- Fístulas Perineias;
- Traumatismos (mordeduras);
- Infecção Perivulvar.
Referência Bibliográfica:
Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003.
Birchard. Scherding J. Manual Saunders. Clínica de Pequenos Animais . São Paulo: Roca, Ano 1998.
Ettinger. S. J; Feeldman, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. Rio Janeiro: Guanabara, Ano 2004.
DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR FELINOS
Estima-se que três por cento de todos os gatos que visitam a clínica veterinária demonstram sinais de doença do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF). Esta doença pode afetar tanto a bexiga urinária, causando cistite, uma inflamação da bexiga, como a uretra, o canal que transporta a urina da bexiga para o exterior. Em alguns casos, estas doenças são causadas por cristais ou pedras que se formam na urina. Estes cristais podem irritar a mucosa do trato urinário parcialmente ou obstruir completamente o fluxo de urina.
COMO RECONHECER OS SINTOMAS:
Observar e relatar mudanças na aparência ou no comportamento dos eu gato pode ajudar o médico veterinário a fazer um diagnóstico preciso. Por exemplo, o ato de urinar pode ser doloroso para um gato com doença do trato inferior, a urina pode ser sanguinolenta, ter um tom avermelhado, ou ter um forte odor de amônia. Um gato com DTUIF pode:
- ir frequentemente para a caixa de areia
- chorar ao urinar
- urinar fora da caixa de areia
- lamber sua área genital excessivamente
Ocasionalmente, os tampões de muco ou cristais podem bloquear a uretra, o que torna difícil ou impossível para o seu gato urinar. Nestes casos ele pode:
- se esforçar para urinar, com pouco sucesso
- exibir sinais de ansiedade, tais com trançar nas suas pernas ou se esconder
ENTENDENDO A DOENÇA
DTUIF felina pode ser causada por uma série de fatores, incluindo:
- estresse
- obesidade
- confinamento
- infecção bacteriana ou viral
- genética
- anormalidades anatômicas
Fonte: Purina Nestle Pro Plan
DOENÇA RENAL CRÔNICA
O rim é um órgão pareado que tem anatomia relativamente simples, porém, capacidade funcional complexa, visto que o resultado de suas funções podem envolver todo o organismo.
São constituídos de estruturas formadas por uma camada única de células, representando assim, um estrutura muito delicada e, por este motivo, muitas agressões podem provocar lesões irreparáveis.
Em muitas situações de agressão, apresenta manifestação inicial “silenciosa” e por isso, vários problemas não são percebidos, sendo identificados, normalmente, tardiamente.
A doença renal crônica resulta da perda gradativa e irreversível de néfrons, que culmina no comprometimento das funções metabólica, endócrina e excretória dos rins.
A doença renal crônica em cães e gatos é classificada pelo IRIS (International Renals Interest Society) em estágios e se baseia nos valores séricos de creatinina e em marcadores de lesão renal.
I- creatinina cães < 1,4 gatos < 1,6
II- creatinina cães 1,4 a 2 gatos 1,6 a 2,8
III- creatinina cães 2,1 a 5 gatos 2,9 a 5
IV- creatinina > 5 gatos > 5
O prognóstico é diferente conforme os estágios.
As manifestações clínicas como poliúria, polidipsia, comprometimento de apetite, vômitos, diarreia se apresentam nos estágios mais avançados da doença e a progressão da doença renal pode ser mais rápida levando à falência renal e a manifestações clínicas de uremia.
As manifestações clínicas do trato gastrointestinal são inapetência, anorexia, vômito (causar desidratação), diarreia e perda de peso.
Manifestações do sistema neuromuscular relacionam-se com encefalopatias e neuropatias devido ao quadro de uremia e são mais frequentes nos estágios III e IV. Além de letargia, fraqueza, ataxia e tremores musculares.
Fonte: discuss Informativo Científico editado por Farmina Vet Research. Edição maio 2011
DOENÇAS DO PAVILHÃO AURICULAR
O pavilhão auricular é um local relativamente comum para várias dermatopatias.
As dermatoses do pavilhão auricular podem ser primárias ou secundárias.
ENDOCARDITE BACTERIANA
A endocardite bacteriana (EB) é a infecção do endocárdio valvular e/ou mural de baixa prevalência em cães e rara em gatos.
É caracterizada pela alta morbidade e mortalidade.
Os mais acometidos são cães machos, adultos e raças de médio a grande porte.
É necessário que haja um quadro de bacteremia, persistente ou transitório, para que ocorra a infecção do endocárdio.
Assim sendo, algumas afecções cutâneas, orais, urinárias, prostáticas ou em outros órgãos podem resultar em bacteremia e evoluir para a infecção do endocárdio.
As válvulas mais comumente afetadas em cães e gatos são a mitral e a aórtica.
Na maioria das vezes, a lesão é decorrente da colonização das válvulas por bactérias. Contudo, há relatos de infecções por fungos, riquétsias e clamídias.
Dentre os microorganismos potencialmente envolvidos destacam-se Streptococcus spp, Staphylococcus spp, Escherichia coli, Corynebacterium sp, Pasteurella spp, Boartonella clarridgeiae, dentre outras.
As manifestações clínicas dessa doença são bastante variáveis e inespecíficas,o que torna seu diagnóstico difícil.
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é a consequência mais comum da EB.
A EB é diagnosticada com base nos achados ecocardiográficos em conjunto com os sintomas clínicos.
O prognóstico é reservado e a sobrevida depende do tipo de válvula infectada. Cães com infecção da válvula aórtica tem prognóstico pior.
Os sintomas clínicos frequentemente relatados são: anorexia,hipertermia, perda de peso, distúrbios gastrointestinais, claudicação intermitente (associada à poliartrite ou embolização muscular), intolerância ao exercício (associado à poliartrite ou dor em coluna e cardiopatia), taquipnéia, dispnéia, dentre outros.
A terapia envolve a administração de antibióticos bactericidas em doses altas e a longo prazo.
Fonte: Vets Today. Royal Canin. Agosto, 2011. Nº 10
ESPIRRO REVERSO
O espirro reverso (Respiração Paroxística Inspiratória) é um problema muito comum de acontecer com nossos cachorros, porém muitos donos acreditam que eles estejam engasgados ou tendo algum ataque asmático.
Para os donos, os poucos segundos de um episódio podem parecer eternos.
O nome desse fenômeno observado em cães, principalmente em braquicefálicos (braquicefálicos são os cães que possuem o focinho achatado), é respiração paroxística inspiratória ou também comumente conhecido como espirro reverso, já que de fato parece que o cão está querendo segurar o espirro.
Em um espirro normal, o ar é empurrado para fora do nariz.
Em um espirro reverso, o ar é puxado rapidamente para dentro do nariz, fazendo um som caraterístico.
Apesar de poder acontecer em todas as raças de todos os tamanhos, os eventos acontecem mais em raças de porte pequeno.
Quando acontece dos cães terem espirro reverso, a maioria volta a respirar normalmente depois dos episódios.
Pode ocorrer diversas vezes na vida de um cachorro e geralmente acontece aleatoriamente.
Espirros reversos são causados por um espasmo na garganta e no palato mole.
Pode ser causado por uma irritação na área da garganta, faringe ou na laringe.
Isso pode ser de excitação, puxões na coleira, alergias (pólen, cheiros fortes), infecções respiratórias, gotejamento pós-nasal, ou para alguns cães, as mudanças bruscas de temperatura.
Pode acontecer em cachorros desde a mais tenra idade e se estender até a maioridade.
Em outros, o cachorro começa a apresentar eventos depois de adulto e de fato se torna algo crônico.
Se a frequência e severidade aumentarem, vindo acompanhados de um estranho corrimento nasal, leve o seu cachorro ao veterinário.
Só ele poderá descartar disgnósticos como um corpo estranho no trato respiratório, câncer nasal, pólipos ou tumores , ácaros nasais, colapso na traqueia ou uma infecção respiratória.
Quando o cão está tendo um episódio de espirro reverso, ele:
- Fica parado
- Estica o pescoço
- Cotovelos afastados
- Olhos arregalados
- Movimentos rápidos inspiratórios com a boca fechada
- Sons vindo das passagens nasais
- Tosse
Fonte: Portal Dog
FÍSTULA INFRAORBITÁRIA
A fístula infra-orbitária, também conhecida como “fístula do carniceiro”, é uma lesão osteolítica periapical comum em cães, que acomete geralmente o dente quarto prémolar superior (4° PMS), podendo levar a um abscesso.
Este dente, cuja função é auxiliar na trituração de alimentos, possui três raízes (trirradicular) inseridas no osso maxilar, próximas à região infraorbitária direita e esquerda do animal.
O comprometimento geralmente ocorre em uma das três raízes; sendo que as outras duas mantêm o dente parcialmente vital
Doenças periodontais avançadas, fraturas e traumas dentários, neoplasias maxilares, lesões periapicais e iatrogênicas são consideradas as maiores causas de fístula infra-orbitária em cães.
Nas periodontites severas, a fístula no 4º PMS pode ocorrer a partir do crescimento de uma bolsa periodontal maxilar profunda em direção às raízes do dente, causando lise óssea entre o ápice do alvéolo e a cavidade nasal ou seio maxilar podendo levar à formação de abscesso periapical, com consequente extravasamento de material purulento ou inflamatório na face do paciente.
O sinal clínico mais evidente dessa afecção oral é o aumento de volume e fistulação cutânea na região infra-orbitária, drenando quantidades variáveis de sangue e pus .
Outros sinais não tão aparentes são dor à percussão dentária e maxilar, fricção do focinho no chão ou com as patas, apatia, anorexia, fratura da coroa dentária, periodontite, escurecimento dental, sialorreia e febre.
GIOSO, 2007).FÍSTULA ORONASAL
A fístula oronasal é uma comunicação anormal entre a cavidade oral e nasal.
É ocasionada normalmente por doença periodontal avançada, onde o vértice alveolar, principalmente do canino superior, sofre processo de degeneração resultando na injúria; também pode ser causada por traumas, corpos estranhos, extrações dentárias inadequadas, cirurgias na cavidade oral, choques elétricos e atropelamentos.
Os sinais clínicos associados à fístula oronasal são:
- descarga nasal mucopurulenta ou hemorrágica uni ou bilateral
- episódios recorrentes de espirros, especialmente após a ingestão de alimentos.
- rinite
- sinusites
- infecções no trato respiratório
- pneumonias aspirativas.
A fístula oronasal, mesmo sendo de pequeno diâmetro, raramente apresenta cura espontânea, visto que a mucosa das cavidades oral e nasal se une ao redor das margens da fístula e resulta em comunicação oronasal permanente.
O fechamento cirúrgico é o tratamento de escolha.
O prognóstico para fístula oronasal ocasionado por doença periodontal é favorável após a excisão do dente acometido mesmo sendo de difícil reparação, e o pós-operatório problemático pela ocorrência de deiscência de sutura e recidiva com concomitante processo inflamatório e infecção.
Fonte: Odontologia Veterinária
FÍSTULAS PERIANAIS
A causa da fístula perianal é desconhecida
Essa doença progressiva crônica caracteriza-se por tratos fistulosos ulcerantes profundos e supuração nos tecidos perianias.
Doença inflamatória ulcerativa crônica debilitante do tecido perianal.
Sinais clínicos:
- Desconforto anal;
- Lambedura da área anal
- Corrida desabalada;
- Disquezia;
- Tenesmo;
- Hematoquezia;
- Constipação;
- Incontinência fecal;
- Descarga perianal purulenta e fétida
Uma comunicação anormal é formada entre o canal anal e a pele da região ao redor do ânus (perianal). Esta comunicação ocorre devido à obstrução de ductos das glândulas anorretais, que devido a infecção, formam um trajeto em direção à pele.
É possível perceber no local uma protuberância perianal (principalmente quando associada a abscesso), dor e saída de secreção (pus, muco ou sangue). Esta eliminação de secreção pode ocorrer tanto pelo orifício externo (pele) quanto interno (canal anal), sendo que neste último, a secreção estará misturada às fezes.
Um cão com fístula perianal, muitas vezes, mordem ou lambem a região perianal com mais freqüência, ou esfregam o bumbum no chão .
Um cão com esta doença pode ter prisão de ventre, diarreia.
O cão também pode ter dificuldade ou dor na passagem das fezes, tensão, ter incontinência fecal (não pode controlar os movimentos do intestino), ou ter sangue nas fezes.
GIARDÍASE
É uma doença causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia, que pode infectar diversas espécies animais, além dos cães e também o homem.Está espalhada por todo o Brasil e, desde 1979, a Organização Mundial de Saúde classifica a Giardíase como uma zoonose, isto é, uma doença que pode ser transmitida diretamente do animal para o homem.
O ciclo de vida da Giardia spp no cão é de 5 a 12 dias, e nos gatos de 5 a 16 dias.
A transmissão é fecal-oral, tanto os animais quanto os humanos se infectam pela ingestão dos cistos (“ovos”) da Giardia, que podem estar na água , alimentos contaminados e fezes.
É muito comum que a contaminação aconteça em locais muito frequentados por cães e a reinfecção é muito frequente, devido à dificuldade em remover os cistos (“ovos”) infectantes do ambiente.
Os sintomas dos animais infectados pela Giardíase Canina são gastrointestinais como fezes amolecidas ou diarreia pastosa com muco (muitas vezes com cheiro mais forte que o comum), vômitos, perda de peso, dores abdominais e letargia.
Alguns cães, mesmo infectados, não apresentam qualquer sintoma característico, mas continuam eliminando cistos (“ovos”) no ambiente que podem contaminar crianças, adultos e outros animais, e devem ser tratados.
Prevenção: a prevenção baseia-se principalmente na adoção de bons hábitos de higiene e limpeza sanitárias adequada, além da vacinação dos cães.
Tratamento: o tratamento de eleição para giardíase é com Fembendazol.
A vacinação atua para prevenir a infecção do animal, mas exerce papel terapêutico de tratamento para os cães que já estiverem infectados pelo protozoário.
Tratamento ambiental: recomenda-se a remoção das fezes do ambiente antes da sua lavagem, para que se evite a dispersão dos cistos e , com isso, aumentar a dificuldade da descontaminação do ambiente.
Limpeza do ambiente com compostos de amônio quaternário, água sanitária ou com água fervente também diminuem a infestação.
Apoio: Zoetis -Giardiavax / Agener União
HEMANGIOMA CUTÂNEO CANINO
O hemangioma é uma neoplasia benigna com origem nas células endoteliais vasculares .
É comum em cães, porém, também é diagnosticado em gatos.
O hemangioma pode desenvolver-se em qualquer parte do corpo. Em cães localiza-se principalmente na pele,língua,conjuntiva, baço, fígado, rins e medula espinhal, enquanto que nos gatos, são encontrados na pele, língua e conjuntiva
Os hemangiomas cutâneos são identificados como nódulos da derme ou subcutâneos que podem variar muito em relação ao
tamanho, mas frequentemente medem entre 0,5cm e 4cm de diâmetro.São firmes, normalmente solitários e raramente alopécicos, bem circunscritos, arredondados e variando do vermelho a vermelho-escuro.
(SCHONIGER et al., 2008)
HEMANGIOSSARCOMA
O Hemangiossarcoma (HSA) no cão é um tumor altamente maligno das células endoteliais (células que revestem os vasos sanguíneos). Podendo ter origem em qualquer parte do corpo, ele é mais comum no baço, fígado, coração e pele sendo que a localização é fator de prognóstico, uma vez que HSA localizados na pele e que não atinjam o tecido subcutâneo possuem melhor prognóstico.
O Hemangiossarcoma metastiza com frequência, nomeadamente para os pulmões e gânglios.
Algumas raças são predispostas para esta neoplasia tais como o Boxer, Pastor Alemão, Golden Retriever e Doberman
HEMOPARASITOSES EM CÃES
HEMOPARASITOSE
Os hemoparasitas são organismos que parasitam as células do sistema hematopoiético.
Podem ser as Rickettsias e Mycoplasmas, bactérias atípicas, intracelulares obrigatórias e gram negativas, e ou protozoários como as Babesias.
São transmitidos através da picada do carrapato.
Nem todos os carrapatos são infectados por vírus, bactérias ou protozoários.
Eles precisam ter o contato com a doença por meio de um hospedeiro para que se tornem vetores.
O controle do vetor é a medida mais eficaz na profilaxia da infecções.
1.ERLIQUIOSE CANINA
É veiculado pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus.
A Erliquiose é uma patologia causada por hemoparasitas que são organismos que parasitam as células do sistema hematopoiético.
Sua distribuição é cosmopolita e acomete vários mamíferos, dentre eles cães, gatos e humanos.
A denominação “erliquiose” é uma descrição utilizada para caraterizar a infecção pelos parasitos intracelulares pertencentes à família Anaplasmataceae.
Didaticamente, as erliquioses recebem classificação de acordo com tipo celular atingido e espécie animal acometida:
- Erliquiose Monocítica Canina causada pela Ehrlichia canis
- Erliquiose Granulocítica Canina causada por Ehrlichiaewingii e Anaplasmaphagocytophilum
- Erliquiose Trombocítica Canina ( atualmente Trombocitopenia Cística Canina) causada por Anaplasmaplatys
A de maior prevalência é Ehrlichia canis responsável pela erliquiose Monocítica Canina (EMC)
Período de incubação: varia de 1 a 3 semanas com multiplicação em fígado, baço e linfonodos.
A doença pode ocorrer em três estágios:
- Fase Aguda: é variável quanto a duração( 2 a 4 semanas) e à severidade (suave a severa);
- Fase Subclínica: caracteriza-se pela persistência de microrganismo após uma recuperação aparente da Fase Aguda;
- Fase Crônica: quando o sistema imune é ineficaz e não pode eliminar o microrganismo. Com dano na medula óssea vermelha com prejuízo na produção de células sanguíneas
Os sinais clínicos iniciam-se aproximadamente após 14 dias pós-infecção, geralmente:
- com febre intermitente ao redor 39ºc;
- apatia;
- anorexia;
- letargia;
- linfoadenomegalia;
- esplenomegalia.
Outros sinais da doença podem ser inespecíficos e marcados por :
- emagrecimento;
- caquexia;
- desidratação;
- dores articulares;
- hiperestesia (significa o aumento das sensações);
- sensibilidade à palpação;
- sinais neurológicos como ataxia e tremores;
- sinais oculares como deslocamento de retina e/ ou uveíte anterior;
- vasculite;
- diátese hemorrágica;
- petéquias podem ser achados comuns.
- Vale ressaltar que a Erliquiose pode ainda acometer o indivíduo em sinergismo com outras hemoparasitoses como Mycoplasmose, Babesiose, Anaplasmose, Tripanosomíase, Leishmaniose, Cytauxzoonose e Hepatozoonose .
- O diagnóstico se dá pelo histórico clínico e exames hematológicos e sorológicos (ELISA/RIFI)
- O tratamento da EMC se baseia na administração de antibióticos e sintomático.
- O prognóstico é de reservado a ruim quando o cão estiver cursando a Fase Crônica.
- A doença é mais frequente no verão, mas pode ocorrer o ano todo.
2.BABESIOSE CANINA
A babesiose canina também é causada por hemoprotozoários que parasitam as hemácias.
As espécies de maior importância para os cães são:
- Babesia canis (mais comum no Brasil);
- Babesia gibsoni.
Os carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus são os principais transmissores.
A babesiose pode se manifestar como uma doença branda ou complicada na dependência da cepa infectante e da imunocompetência do hospedeiro.
Os sintomas mais comuns são:
- letargia;
- febre;
- icterícia;
- vômito;
- linfoadenomegalia;
- esplenomegalia.
Trombocitopenia e anemia são os achados laboratoriais mais comuns. Leucocitose com ou sem desvio ou ainda leucopenia pode ocorrer
3.ANAPLASMOSE OU TROMBOCITOPENIA CÍCLICA
As anaplasmose ou trombocitopenia cíclica é uma hemoparasitose causada pela rickettsia Anaplasma platys, agente trombocitotrópico (parasita as plaquetas) e é transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus.
A maioria dos cães é assintomática.
Sinais clínicos incluem:
- febre;
- letargia;
- tendência a sangramentos, principalmente hematoquezia.
Os sintomas podem se agravar dependendo da presença de coinfecções com outros hemoparasitas como a E. canis.
4.FEBRE MACULOSA
A febre maculosa é uma doença causada pela Rickettsia rickettsii, uma das rickettsias mais patogênicas.
A doença é uma zoonose emergente e bastante grave, inclusive para seres humanos que a contraem.
Embora carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus sejam implicados na infecção, aqueles da espécie Amblyomma cajennense, Amblyomma aureolatum e Dermacentor spp, também participam da transmissão.
As manifestações clínicas geralmente ocorrem entre e a 3 dias após a exposição ao carrapato contaminado.
Letargia, anorexia., vômito, diarreia, linfoadenomegalia, esplenomenomegalia também são achados comuns.
Lesões cutâneas podem acontecer na fase aguda e se caracterizam principalmente por hiperemia e edema de extremidades como lábios, narina e orelhas.
Relutância em caminhar também pode ocorrer principalmente em cães com poliartrite e miosite secundárias ao processo inflamatório.
Pode aparecer uveíte e sinais de sangramento ocular. Necrose cutânea, equimose, hepatomegalia são achados mais comuns em animais severamente afetados.
Cerca 40% dos animais infectados desenvolvem alteração neurológica, que pode variar desde vestibulopatia até sinais mais graves relacionados a encefalomielite e meningite.
Os cães podem vir a óbito devido à formação de microtrombos em órgãos vitais ou ainda processo hemorrágico ou CID.
Animais severamente afetados podem morrer em decorrência da progressão dos sinis neurológicos, choque cardiovascular e insuficiência renal aguda.
Referência Bibliográfica:
VetScience Magazine. Maio/2014.
Cadernos Universitários ULBRA – Medicina de Cães e Gatos
Boletim Pet Volume 02/2015 – Agener União- Hemoparasitoses em Cães e Gatos
HEMOPARASITOSES EM GATOS
1.MICOPLASMOSE FELINA
A Micoplasma Felina ou Hemoplasmose Felina, até recentemente denominada Hemobartonelose Felina, teve seu nome alterado devido à reclassificação do agente causador ; antes Haemobartonella haemofelis para Mycoplasma haemofelis.
As micoplasmas que parasitam as hemácias são denominadas micoplasmas hemotrópicas ou hemoplasmas.
É importante saber dessa particularidade pois existe um grupo de micoplasmas não-hemotrópicas que podem ser responsáveis por infecções do trato respiratório em felinos.
As hemoplasmas são bactérias atípicas, gram negativas. que parasitam as hemácias, podendo levar a um quadro de anemia hemolítica.
Espécies de Micoplasma já detectadas em gatos:
- Mycoplasma haemofelis;
- Mycoplasma haemominutum;
- Mycoplasma turicensis;
- Mycoplasma haematoparvum.
Gatos acometidos por Mycoplasma haemofelis, manifestam um quadro de anemia hemolítica que ocorre devido à destruição direta das hemácias pelo agente, pelo sistema mononuclear fagocitário.
É a mais patogênica e responsável pelos quadros mais clássicos de anemia hemolítica.
A transmissão das hemoplasmas esta associada a vetores como as pulgas da espécie Ctenocephalidaes felis, brigas entre gatos sadios e contaminados e iatrogênica (transfusão sanguínea).
As manifestações clínicas variam:
- anemia de grau moderado a grave;
- anorexia;
- perda de peso;
- febre;
- letargia;
- esplenomegalia;
- palidez de mucosas e/ ou mucosas ictéricas.
Muitos gatos são portadores.
Costuma estar em gatos já com alguma doença imunodepressora (FIV/ FeLV).
A intensidade dos sinais clínicos varia com a velocidade do estabelecimento da anemia.
Diagnóstico: Exames hematológicos e sorológicos
Prognóstico: bom para casos não complicados
Profilaxia: eliminar as pulgas
2.ERLIQUIOSE FELINA
A Erliquiose Felina não esta totalmente elucidada, acredita-se que a transmissão da doença aconteça através de infecção natural por artrópodes ou ingestão de roedores infectados durante a caça.
As manifestações clínicas mais comuns são:
- febre;
- inapetência;
- perda de peso;
- dispneia ;
- letargia;
- palidez de mucosas;
- esplenomegalia;
- linfoadenomegalia;
- deslocamento de retina;
- petéquias;
- mucosas hipocoradas.
Diagnóstico:
- Alterações laboratoriais (anemia não regenerativa, leucopenia ou leucocitose, neutrofilia, linfocitose, monocitose, trombocitopenia e hiperglobulinemia)
- PCR para Ehrlichia sp
3.BARTONELOSE FELINA ( DOENÇA DA ARRANHADURA DO GATO)
A bartonelose felina é uma doença infecciosa que raramente causa alterações significativas nos gatos, mas tem grande importância para a saúde pública por se tratar de uma zoonose, conhecida como “doença da arranhadura do gato”.
Embora muitas espécies de Bartonella spp possam infectar humanos e animais domésticos como os gatos, a Barttonella henselae é responsável por esta doença.
As bartonelas são bactérias gram negativas intracelulares que infectam as hemácias e células endoteliais.
O gato se infecta através da ingestão das fezes das pulgas da espécie Ctenocephalides felis.
A transmissão direta entre gatos é improvável, mesma pela via transplacentária.
A bacteremia geralmente tem caráter crônico ou intermitente raramente ocasionando sintomatologia clínica.
Os seres humanos se infectam pela inoculação da bactéria no foco da arranhadura e geralmente manifestam linfoadenopatia regional, próxima ao local da ferida.
Referência Bibliográfica:
Boletim Pet. Agener União. Volume 02/2015. Hemoparasitoses em cães e gatos.
Cadernos Universitários – ULBRA – Caderno de Medicina de Cães e Gatos
HEPATITE INFECCIOSA CANINA
A transmissão do vírus ocorre pelas fezes, urina. saliva e pelo contato com o ambiente.
Sintomas:
- febre
- vomito
- diarreia
- lesão ocular
- dor abdominal
HIGROMA
O higroma é uma bolsa preenchida com fluido, semelhante ao cisto, que se desenvolve sobre um ponto de pressão em resposta a repetidos traumatismos.
Nota-se um aumento subcutâneo preenchido com fluido, mole a flutuante, sobre um ponto de pressão ósseo.
As lesões se desenvolvem principalmente sobre o cotovelo, curvejão ou esterno (cães com tórax profundo).
Podem evoluir para abcessos, granulomas e/ ou fístulas devido à infecção bacterina secundária.
Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003
HIPERADRENOCORTICISMO CANINO / SÍNDROME CUSHING
As doenças sediadas no córtex adrenal compreendem:
O hiperadrenocorticismo (síndrome de Cushing), o hipoadrenocorticismo (doença de Addison) e o hiperaldosteronismo primário.
O hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing é uma desordem endócrina comum, causada pela secreção excessiva de cortisol pelo córtex adrenal por disfunção desta glândula ou por hiper estímulos oriundo da hipófise.
O HAC canino tem várias origens patofisiológicas, mas todas apresentam um denominador em comum: níveis sanguíneos cronicamente elevados de cortisol.
O HAC pode ser classificado em:
- HAC ACTH ou hipófise-dependente: resultante de um tumor corticotrófico secretor de ACTH, causando hiperplasia adrenocortical bilateral e excesso de secreção de cortisol e/ou hormônios sexuais.
- HAC ACTH- independente: que inclui os tumores funcionais do córtex adrenal secretores de cortisol e/ ou hormônios sexuais e, mais raramente, o hipercortisolismo alimentar.
- HAC iatrogênico, secundário à administração crônica e excessiva de glicocorticoides exógenos, seja por via oral, parenteral ou mesmo tópica.
O diagnóstico endócrino desta enfermidade é realizado após a confirmação da suspeita de hiperadrenocorticismo pelos dados de anamnese, exame físico, resultados laboratoriais, achados radiográficos é ou ultrassonográficos.
Testes hormonais, teste de supressão com dose baixa,teste de estimulação com hormônio adrenocorticotrófico, relação cortisol-creatinina urinária, concentração plasmática de hormônio adrenocorticotrófico, teste de supressão com dose alta, teste de estimulação com ACTH e mensuração de 17-hidroxiprogesterona e outros hormônios esteroidais são alguns exames que podem ser solicitados pelo médico veterinário
Manifestações clínicas geralmente incluem polifagia, poliuria, polidipsia, distensão abdominal secundária a obesidade visceral e hepatomegalia, taquipneia, atrofia e fraqueza muscular, letargia, cansaço fácil, intolerância ao calor, alterações no ciclo estral, atrofia testicular, além de diversas alterações cutâneas representadas por alopecia não pruriginosa, atrofia cutânea, telangiectasia, estriações, comedos, hiperpigmentação, calcinose cutânea e piodermite recidivante.
As raças mais predispostas são Poodle, Teckel, Beagle, Terrier Brasileiro, Yorkshire Terrier, Boston Terrier, Labrador, Boxer e Pastor-alemão. A raça Poodle, no entanto é merecedora de destaque por ser a mais frequentemente acometida em estudos epidemiológicos.
Fonte: Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Parte 19. Cap. 187. Vol. 2.
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA E PIOMETRA
Hiperplasia Endometrial Cística (HEC), Hematometra, Hemometra, Hidrometra e Piometra são distúrbios que podem acometer no útero de fêmeas nulíparas (que nunca pariram) ou não.
A HEC é uma alteração do endométrio que pode favorecer o desenvolvimento de infecção uterina, se for invadido por bactérias oportunistas.
Na HEC, o endométrio se espessa consequentemente ao aumento do número e tamanho das glândulas endometriais.
Estas glândulas endometriais aumentam sua atividade secretória e o fluído estéril produzido por elas pode se acumular no lúmen do útero, resultando em mucometra ou hidrometra, dependendo da viscosidade do fluido.
A Piometra é um processo inflamatório do útero, caracterizado pelo acúmulo de secreção purulenta na luz uterina resultante do acumulo de liquido devido a hiperplasia endometrial cística (HEC) somada a uma infecção bacteriana. O uso de anticoncepcionais pode aumentar o risco da doença.
Em todos esses casos, é importante ficar atento aos principais sintomas para não perder tempo e aumentar o risco de vida do animal. Ocorre tanta em cadelas e gatas.
Os sintomas mais comuns são:
- Corrimento vaginal quando presente podendo ser purulento, sanguíneo, serossanguíneo, sanguinopurulento ou mucopurulento;
- Apatia;
- Depressão;
- Letargia;
- Falta de apetite;
- Aumento da ingestão de água e da produção de urina (polidipsia/poliúria);
- Vômito;
- Diarreia;
- Distensão abdominal (barriga inchada);
- Febre pode ou não estar presente;
- Anorexia/disorexia.
O diagnóstico:
- A Piometra pode ser classificada como aberta ou fechada, aberta apresenta o corrimento vaginal e a fechada não.
- A Piometra de de colo fechado é considerada mais grave.
- A Piometra é uma doença que, se não tratada corretamente, pode levar ao óbito devido ao quadro infeccioso e à insuficiência renal.
- Animais com mais de 5 anos de idade são mais suscetíveis a apresentar a enfermidade.
- Para diagnosticar a Piometra em cadelas, além da anamnese e solicitado exame de ultrassonografia.
- O tratamento é cirúrgico, com a realização da ovariosalpingohisterectomia (castração).
- O período mínimo de internação é de 48 horas, momento em que também devem ser solicitados exames para controlar e monitorar a infecção.
- E atenção ao pós-operatório! Nessa fase, a cadela precisará de atenção especial, com uso de analgésicos, roupa e colar cirúrgico.
Referência Bibliográfica:
Medicina Interna de Pequenos Animais. Parte 8. Cap. 57. Vol 1.
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB)
A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), compreende 50% dos casos de doença prostática em cães não castrados.
A dihidrotestosterona é aceita como a principal causa hormonal para a patogenia da HPB, estimulando o crescimento prostático atarvés do aumento na produção de componentes estromais e glandulares.
Fonte: Agener União. Volume 05. 2017
HIPERTERMIA MALIGNA
A hipertermia maligna (HM) é uma desordem farmacogenética potencialmente fatal.
Sabe-se que a principal causa de hipertermia maligna em cães e gatos está relacionada ao aumento da temperatura corpórea em um curto intervalo de tempo, podendo chegar a mais de 42°C, no caso de animais expostos ao intenso calor.
Outras condições de hipertemia maligna também estão relacionadas com algumas doenças de vias aéreas superiores, especialmente em cães braquicefálicos (por exemplo: Bulldog inglês ou francês, Pug, Boxer, Shih tzu, Lhasa apso) que apresentam diferenças anatômicas de trato respiratório superior, complicações anestésicas (anestésicos inalatórios), os relaxantes musculares despolarizantes (succinilcolina) , excesso de atividade física em ambientes quentes e alguns tipos de veneno como a estricnina, todas elas podendo levar ao óbito, caso esses animais não sejam tratados em tempo hábil.
Durante uma crise de HM, essas condições são gatilhos para desencadear um imenso acúmulo de cálcio (Ca2+) no mioplasma, o que leva a uma aceleração do metabolismo e atividade contrátil do músculo esquelético.
Esse estado hipermetabólico gera calor e leva à hipoxemia, acidose metabólica, rabdomiólise e um rápido aumento da temperatura corporal, que pode ser fatal se não reconhecida e tratada precocemente.
Complicações adicionais e potencialmente fatais incluem a coagulação intravascular disseminada, insuficiência cardíaca congestiva, isquemia intestinal e síndrome compartimental dos membros associada a um edema muscular profundo .
Os cães e gatos apresentam pequena quantidade de glândulas sudoríparas em seu organismo, sendo que a troca de calor ocorre basicamente pelo nariz, boca e coxins.
Assim, em dias mais quentes, e dependendo da atividade a que é submetido nosso paciente, o metabolismo não tem condições de manter uma troca de ar satisfatória, e a temperatura do corpo vai aumentando gradativamente em algumas horas.
É bastante comum a ocorrência desse quadro em pacientes que são levados a passeios em horas mais quentes do dia e/ou por tempo prolongado, mesmo que em horários com temperatura mais baixa.
Sintomas:
Os principais sintomas que chamam a atenção do responsável pelo animal são cansaço, respiração ofegante, salivação excessiva, relutância à andar, andar cambaleante, perda de consciência, podendo apresentar convulsões e síncopes (“desmaios”).Podem ocorrer queimaduras nas patas se o chão estiver muito quente. Várias alterações metabólicas estão ocorrendo ao mesmo tempo, e somente um médico veterinário poderá avaliar e controlar tais alterações.
É de extrema importância que os donos de animais que apresentem esses sintomas reconheçam o que está acontecendo, e imediatamente providencie uma forma de resfriar o bichano para em seguida levá-lo a um estabelecimento veterinário para atendimento e tratamento complementar se necessário.
Os primeiros socorros são fundamentais para evitar alterações renais e hepáticas graves, distúrbios de coagulação, além de evitar quadros de choque que podem levar à parada cardiorrespiratória e até mesmo óbito dos nossos bichos.
Se você suspeitar que seu cão ou gato apresenta início de hipertermia maligna, pare o que está fazendo e procure agir imediatamente. Algumas dicas de tratamento e prevenção podem ajudá-lo nesse momento.
– resfrie seu animal com água fria (banhos e toalhas umidecidas são boas dicas) – PEÇA AJUDA se for necessário, caso seu cão seja de grande porte e esteja desmaiando ou com fraqueza generalizada;
– ofereça sorvete próprio para cães;
– passeie com ele nas horas mais “frescas” do dia – evite o horário das 10:00h às 17:00h;
– evite que seu amigo “de 4 patas” fique preso dentro do carro fechado ou amarrado em correntes ao sol;
– em dias muito quentes, sempre leve um borrifador com água gelada e vá borrifando a pele do animal durante o passeio. Procure afastar os pelos para melhor aplicação;
– durante o passeio, procure descansar em sombras e ofereça água a eles;
– se seu cão faz “Agility”, procure evitar treinamento por tempo prolongado. Deixe-o descansar para recuperação e controle das trocas de calor;
– redobre todos os cuidados se seu cão ou gato tiver pelame muito longo e denso. A tosa desses animais é uma excelente opção para as épocas mais quentes do ano;
– procure um médico veterinário para a continuidade do tratamento assim que estabilizar o quadro clínico;
Fonte: http://blog.bichomaps.com.br/cuidados-com-os-pets-no-calor/Dra. Patricia Moraes
HIPERTIREOIDISMO EM FELINOS
O hipertireoidismo é a enfermidade hormonal mais encontrada em felinos.
A síndrome clínica resulta do excesso do hormônio tireidiano (tiroxina – T4 e triiodotironina T3), presente na circulação por um funcionamento anormal da glândula tireoide.
Emo consequência disso, o metabolismo passa a funcionar de forma acelerada o que pode levar ao mau funcionamento de diversos órgãos.
Geralmente, gatos que desenvolvem esta enfermidade apresentam nódulos benignos na glândula tireoide, que causam a hiperfunção, sendo mais raros os casos de tumores malignos como causadores da hiperfunção glandular.
A alteração ocorre em gatos entre 4 e 22 anos, sendo que 95% dos felinos acometidos têm mais 10 anos de idade.
No entanto, já existe relato dessa endocrinopatia em filhotes com 8 meses de idade.
Gatos de todas as raças e ambos os sexos podem ser acometidos.
A patogenia dessa doença ainda não esta bem definida, entretando, pressupõe-se que fatores circulatórios (imunoglobulinas), nutricionais (iode na dieta) e ambientais (toxinas bociogênicas) possam influenciar em sua patogênese, pois 70% dos casos há um aumento bilateral da glândula tireoide apesar de não haver conexão emtre os dois lobos tireoidinaos.
Os hormônios tireoidianos, quando em excesso, afetam os sistemas músculo-esquelético, cardiovascular, gastrointestinal, hepático, urinário. nervoso e a área comportamental do animal.
As complicações mais comuns são espessamento do músculo cardíaco, aumento da pressão arterial, alterações no funcionamento renal e problemas intestinais.
Referência Bibliográfica:
Tecsa- Jornada do Conhecimento
HIPOADRENOCORTICISMO / DOENÇA DE ADDISON
O hipoadrenocorticismo ou Doença de Addison é uma endocrinopatia pouco frequente em cães, e ainda mais incomum em gatos.
Pode ser classificada de acordo com a origem em hipoadrenocorticismo primário e secundário .
- O hipoadrenocorticismo primário, que pode ser subdividido em clássico ou atípico: caracteriza-se pela deficiência na secreção de glicocorticoide (cortisol) e mineralocorticoide (aldosterona) pelo córtex adrenal, causada geralmente por destruição imunomediada desta glândula.
- O hipoadrenocorticismo secundário: tem-se a diminuição da produção ou secreção do hormônio adrenocorticotrófico ACTH e consequentemente déficit na produção de glicocorticoides, é bem menos frequente e pode ser causada por anormalidade no hipotálamo ou hipófise.
É importante admitir que os sinais clínicos em cães com doença de Addison são extremamente vagos e inespecíficos.
Indicadores da doença de Addison estão anorexia, vômito, diarreia, letargia, debilidade, tremores, calafrios, poliuria, polidipsia, dor abdominal, convulsões (hipoglicêmicas), hemorragia gastrointestinal, choque hipovolêmico, câimbras musculares episódicas.
O teste de estimulação com ACTH é o exame de eleição para diagnóstico da doença de Addison.
Fonte: Veterinary Focus . Ano 2011 e Tratado de Medicina Interna Cães e Gatos. Parte 19. Cap. 189. Vol. 2.
HIPOGLICEMIA
A hipoglicemia ocorre quando o nível de glicose (açúcar no sangue) cai abaixo de 70 miligramas por decilitro, no entanto os sintomas de hipoglicemia aparecem somente quando o nível de glicose já está mais baixo, em aproximadamente 50 miligramas por decilitro.
A hipoglicemia em cachorros o problema pode se desenvolver principalmente por questões de desequilíbrio hormonal, doença de Addison grave, tumores no pâncreas, sepse, doenças de fígado, tumor de células beta, hipoadrenocorticismo, hipopitutarismo, hipoglicemia idiopática, insuficiência renal, deficiência de enzimas hepáticas, policitemia grave, inanição prolongada e complicação durante a gravidez.
O problema é mais recorrente em filhotes de raças pequenas, devido sua incapacidade de controlar os níveis de glicemia, porém, cães adultos também podem desenvolver esse problema
Uma queda grave nos níveis de açúcar (hipoglicemia grave) pode ocasionar alguns sintomas no cachorro, como convulsões, tremores, respiração lenta, agitação, pupilas dilatadas, espasmos musculares, confusão (não reconhece seu dono), desorientação, fraqueza e pode, inclusive, chegar a entrar em coma.
Em algumas circunstancias o cão pode vir a se recuperar do coma e falecer posteriormente e, até mesmo os sintomas mais leves correm o risco de sofrer complicações mais sérias caso não seja tratado corretamente, gerando danos cerebrais irreversíveis ao cachorro.
HIPOPLASIA DE ESMALTE DENTÁRIO
A hipoplasia de esmalte dentário é uma formação incompleta ou defeituosa da matriz orgânica do esmalte, podendo expor os túbulos dentinários. (Amelogênese imperfeita é uma alteração dentária de caráter hereditário que afeta o esmalte)
Pode afetar dentes decíduos ou permanentes, variando seu grau de severidade, causa irregularidades no mesmo e pode ocorrer durante qualquer fase da formação genética do esmalte,
Tem como etiologia:
- deficiências nutricionais como vitaminas A,C,D que são essenciais para uma boa formação do esmalte dentário,
- medicamentos,
- traumas,
- infecções,
- deficiências e alterações hereditárias .
- cinomose,
- febre alta,
- desnutrição
O cão apresenta irregularidades, manchas, alteração de cor e grande sensibilidade dentária.
Seu prognóstico é favorável, dispondo de tratamento acessível.
Deve-se considerar que a hipoplasia de esmalte dentário pode ser considerada uma patologia da cavidade oral, uma vez que proporciona ao cão desconforto, possíveis dores na cavidade oral, além de gerar fatores
secundários como cáries, fraturas e sensibilidade dentária.Clinicamente apresenta-se como falta de esmalte em determinadas regiões do dente ou erosão na sua superfície e essas lesões são muitas vezes confundidas com cárie ou cálculo.
Fonte:
HIPOPLASIA DE ESMALTE: avaliação clínica patológica da cavidade oral dos cães
Maria Luiza Bernardo Fonseca
Driele Schneidereit Santana
Jéssica Marielle Araújo Tavaresdent.vet
HIPOTIREOIDISMO CANINO
O hipotireoidismo é o distúrbio endócrino.
É uma doença multissistêmica, que resulta do decréscimo da produção de tiroxina (T4) e tri-iodo-tironina (T3) pela glândula tireoide.
Como a produção desses hormônios é influenciada pela hipófise, pleo hipotálamo e pela própria tireoide, qualquer disfunção no eixo hipotalâmico-pituitário-tireoidiano pode acarretar o hipotireoidismo, ou seja o hipotireoidismo é definido como ação deficiente dos hormônios tiroidianos sobre seus órgão-alvo, secundária à secreção insuficiente de T3 e T4 , a defeitos de receptores nucleares ou a defeitos secretores ou moleculares.
As raças descritas como predispostas são: Dobermann Pinscher, Golden Retriever, Labrador, Cocker Spaniel, Schnauzer Miniatura, teckel, Setter Irlandês, Boxer, Beagle, Borzói e Dogue-alemão.
Os sintomas são insidiosos, geralmente não específicos e raramente patognomônicos da doença, o que torna de extrema importância o diagnóstico preciso da hipofunção tireoidiana por meio da dosagem hormonal.
Os sinais metabólicos observados incluem letargia, retardo mental, intolerância ao exercício e propensão ao ganho de peso, sem aumento do apetite e da ingestão de alimento. Outro sinal clínico é a intolerância ao frio, uma vez que há dificuldade em manter a temperatura corporal constante
A função da glândula tireoide é normalmente avaliada pela mensuração da concentração sérica basal de seus hormônios ou mensurando-se a resposta da glândula à estimulação com hormônio estimulador da tireoide.
O tratamento do hipotireoidismo tem como objetivo suplementar o hormônio tireoidiano em uma dose que controle os sintomas sem causar tireotoxicose.
Fonte: Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Parte 19. Cap. 185. Vol. 2. e VETScience Magazine . Maio 2014.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
A síndrome clínica denominada insuficiência cardíaca congestiva é uma das principais causas de óbito dos pacientes com doença cardíaca.
Tal condição é ocasionada por uma falha do coração em realizar a função de bomba do sistema circulatório, levando a complexos mecanismos de ativação neuro-hormonal .
A insuficiência cardíaca congestiva é uma síndrome clínica caracterizada pelo aumento nas pressões venosa e capilar, em razão do comprometimento da função cardíaca, resultando em órgão com vasos congestos, podendo haver extravasamento de líquidos para tecidos e cavidades (edemas e efusões)
As manifestações mais frequentes são ascite, derrame pleural e edema de membros. E felinos a manifestação clínica mais comum é o derrame pleural.
Nem todo animal com doença cardíaca apresenta insuficiência cardíaca, tampouco insuficiência cardíaca congestiva.
Diversas são as causas da insuficiência cardíaca congestiva. Doenças cardíacas adquiridas, primárias ou secundárias, e doenças cardíacas congênitas, podem evoluir para insuficiência cardíaca congestiva.
Fonte: Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Parte 14. Cap. 131. Vol. 1.
INSULINOMA
É um tipo raro de tumor pancreático, mas com alta taxa de letalidade.
O insulinoma é um tumor das células β do pâncreas, que têm a função de produzir e secretar insulina e, geralmente são malignos em cães.
Clinicamente, o termo insulinoma se refere a tumores de células β, independentemente da sua malignidade.
Nos cães, cerca de 95% dos insulinomas são tumores de elevada malignidade.
Embora pareçam relativamente benignos ao exame histopatológico, estes dados não se correlacionam com a sua taxa de metastização frequente.
Em cerca de 50% dos animais, são encontradas metástases no fígado, linfonodos locais e omento, no momento do diagnóstico.
Não existe predileção por sexo nem por raça, mais a grande maioria dos cães acometidos estão acima de 6 anos.
Histologicamente, o insulinoma pode ser classificado como adenoma ou carcinoma de células β, considerando-se os
critérios que determinem sua malignidade.Os sinais clínicos dos animais relatados variaram de acordo com a severidade e a duração da hipoglicemia.
Embora outros hormônios sejam produzidos, a insulina é prevalente, e é devido ao excesso de sua produção que surgem os sinais clínicos que resultam de neuroglicopenia induzida pela hiperinsulinemia e incluem letargia, fraqueza, ataxia, convulsões, fasciculações, tremores musculares, alterações de comportamento, inquietação, depressão, polifagia, ganho de peso, poliúria, polidpsia e intolerância ao exercício.
Não existe alterações em bioquimica ou hemograma, os exames que darão alteração será o de glicemia e o de concentraçao de insulina após jejum de 8 horas, ou seja, o diagnóstico presuntivo se da através dos sinais clínicos e da dosagem de insulina sérica no momento de mais intensa hipoglicemia.
O tratamento de pacientes com insulinoma pode ser cirúrgico e/ou médico, dependendo do caso.
Nas crises se você administrar um pouco de açúcar, xarope de milho (mel karo) ou mel o seu animal de estimação pode melhorar repentinamente, no entanto o tumor de pâncreas irá provocar uma queda persistente de glicose no sangue, fazendo com que essas crises fiquem constantes, mesmo após comer ou receber essas doses de glicose via oral.
O prognóstico da doença varia de reservado a ruim e é influenciado pela presença de metástase, da quantidade e do tamanho dos tumores e da facilidade ou não de remoção da massa no momento do diagnóstico .
Todo quadro de hipoglicemia recidivante o insulinoma deve ser considerado.
INTOXICAÇÃO POR BUFOTOXINAS EM CÃES
Os acidentes envolvendo sapos e cães são atendimentos emergenciais.
Quanto mais rápidos forem reconhecidos os sintomas pelos proprietários e o inicio da intervenção veterinária maiores as chances de sobrevivência.
Os sapos apresentam hábitos alimentares noturnos, momento em que ocorre a maior parte dos acidentes, sendo difícil ao proprietário relatar com precisão o inicio dos sintomas (BLANCO; MELO, 2014).
Os sapos da ordem Anura, família Bufonidae e gêneros Anaxyrus e Rhinella têm predileção pelas áreas de clima tropical ou temperado, assim encontram-se amplamente distribuídos no território brasileiro, sendo conhecidos, de acordo com a região geográfica em que habitam, como sapo-cururu, sapo-cururu-amarelo, sapo=boi, sapo-boi-cururu, sapo-jururu, sapo-gigante, água, xuê-guaçu ou simplesmente cururu (RIBEIRO et al., 2005).
Embora todos sejam venenosos, alguns não produzem toxinas suficientes para provocar a morte de animais (BARBOSA et al., 2009).
Os sinais clínicos aparecem rapidamente após a ingestão da toxina e podem se restringir ao local do contato ou apresentar envolvimento sistêmico, evoluindo para óbito.
A gravidade dos sinais depende:
- da espécie de sapo
- da potência do veneno
- da quantidade de veneno absorvida
- do tamanho de cada vítima
A sintomatologia inclui alterações nos sistemas gastrointestinal, cardiovascular e nervoso, sendo dividida, conforme a gravidade, em leve, moderada e grave (LOPES et al., 2014).
Os casos leves incluem irritação da musosa oral e sialorreia.
Em intoxicações moderadas, também ocorrem vômitos, depressão. ataxia. arritmias cardíacas, incontinência urinária e fecal e sinais neurológicos, como andar em círculos.
Nos casos graves, os cães apresentam diarreia, dor abdominal, pupilas irresponsivas à luz, convulsões, estupor, edema pulmonar, cianose e morte. (BLANCO; MELO, 2014; LOPES et al.,2014).
Outros sintomas neurológicos menos comuns são nistagmo, opistótono, excitação, paralisia muscular progressiva, cegueira e vocalização (BARBOSA et al.,2009, BLANCO; MELO, 2014).
Diagnóstico diferencial:
- intoxicação por metaldeídos
- agentes cáusticos
- inseticidas
- anticolinesterásicos
- estricnina
- medicamentos simpatomiméticos
- plantas como azaleia, espirradeira e dedaleira
Tratamento:
- Não há antídoto especifico contra o veneno do sapo, por esta razão, o tratamento de suporte deve ser direcionado conforme a gravidade do quadro apresentado.
- Lavagem abundante da cavidade bucal para remoção mecânica do veneno, indução de vomito e administração oral de carvão ativado para socorro imediato
- Terapia de fluidoterapia para manter a perfusão tecidual e prevenir complicações urinárias e hepáticas.
- Terapia antiemética e protetora da mucosa gástrica é recomentada.
- Corticoides e anti-histamínicos podem ser utilizados para reduzir edema perivascular cerebral.
Referência Bibliográfica:
Revista CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) 72; Janeiro a Março 2017 Ano XXIII; Brasilia DF.
Páginas 43 até 47.
ISOSPOROSE
Isosporose é a doença ocasionada por coccídios do gênero Isospora.
A infecção no cão se dá principalmente por Isospora canis, Isospora ohioensis, Isospora burrowsi e Isospora neorivolta; no gato é ocasionada geralmente pela Isospora felis e Isospora rivolta.
As manifestações clínicas da isosporose variam de acordo com a espécie do parasito.
De modo geral, os sintomas mais frequentes em cães são diarreia aquosa co muco ou sangue, dor abdominal, anorexia, desidratação, apetite depravado, episódios de anemia, fraqueza, vômito, febre, perda de peso, diminuição do crescimento, depressão mental e até morte podem ocorrer em alguns animais gravemente infectados.
Os gatos com infecção por I. felis, particularmente os jovens e imunodeprimidos, podem apresentar diarreia grave, perda de peso, anorexia e desidratação.
O tratamento deve ser preconizado quando o animal apresentar sintomas compatíveis com a isosporose além de medidas gerais de manejo , como a manutenção dos animais em abrigos adequados com boa nutrição, o isolamento dos animais doentes, a higiene e a limpeza diária do ambiente, são efetivas na redução da concentração de oocistos. Essas ações não erradicam totalmente a isosporose, mas auxiliam no controle da referida infecção.
Fonte: Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Parte 10. Cap. 76. Vol. 1.
LARVA MIGRANS CUTÂNEA
A Larva Migrans Cutânea conhecida popularmente por “bicho geográfico” caracteriza-se pela migração ativa da forma infectante da larva do parasita Ancylostoma spp através da pele, formando lesões sinuosas, processo inflamatório e prurido local intenso.
A cura ocorre, mas é lenta.
A contaminação ocorre em praias, tanques de areia e em jardins de parques infantis aos quais os cães possuem acesso.
Os solos arenosos e úmidos, como os da praia, costumam ser ambientes idéias para o desenvolvimento das larvas, pois as protegem da dessecação, possuem temperaturas favoráveis e são muito ricos em oxigenação.
Nessas condições, os ovos, que saíram pelas fezes do animal contaminado, se transformam entre 2-8 dias em larvas que penetram ativamente pela pele de animais e pessoas
Nos animais resultara na verminose intestinal, no homem na Zoonose Larva Migrans Cutânea
Fonte: Bayer Zoonoses.
LARVA MIGRANS VISCERAL
A Larva migrans visceral caracteriza-se pela migração, alojamento das larvas do parasita intestinal Toxocara spp em tecidos de diferentes partes do corpo do homem.
A sintomatologia depende do grau de infestação, podendo ocorrer desde quadro assintomático com hipereosinofilia persistente, até a presença de dores abdominais causadas pela migração das larvas, além de sintomas como náuseas, vômitos, tosse e febre.
A larva do Toxocora spp poderá muitas vezes, se alojar nos tecidos oculares, onde causará uma reação inflamatória intra-ocular, podendo resultar na diminuição da visão , estrabismo, leucoria, em casos extremos, cegueira.
Poderá ser fatal quando atingir órgãos como o cérebro e o coração.
Contaminação: os ovos do Toxocora spp saem pelas fezes dos cães e necessitam de permanecerem no solo de 2 a 4 semanas para se tornarem aptos à contaminação.
Desta forma, a contaminação do homem ocorrerá no ambiente, através da ingestão acidental desse ovos larvados do Toxocora spp, a qual poderá se dar através do contato com o solo ou fômites contaminados (mãos levadas “a boca).
Incidência: as crainças até 6 anos de idade são masi suscetíveis à Larva migras visceral, pois possuem contato mais íntimo com os cães e gatos e têm o hábito de levar a mão à boca
Fonte : Bayer Zoonoses.
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
A leishmaniose visceral (LV) é uma zooantroponose de ampla distribuição mundial. A doença é endêmica em 62 países.
A principal forma de transmissão, nas Américas, ocorre através da picada do inseto vetor ou flebotomíneo Lutzomya longipalpis, que se infecta quando realiza repasto sanguíneo em um animal ou homem infectado, e transmitindo no seu próximo repasto.
Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha.
É mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.
As fontes de infecção das leishmanioses são: animais silvestres e cão doméstico.
Na Leishmaniose Cutânea os animais silvestres como os roedores silvestres, tamanduás e preguiças e Leishmaniose Visceral a raposa do campo atuam como reservatórios
Os sintomas no cão são bastante variáveis como:
*aparecimento de lesões graves na pele acompanhadas de descamações e, eventualmente úlceras
*falta de apetite
*perda de peso
*lesões oculares (tipo queimaduras); conjutivites
*atrofia muscular
*crescimento exagerado das unhas (onicogrifose)
*abdômen inchado
*problemas nos rins, no fígado e no baço
Por ter neste conjunto de sintomas diversos sinais que também podem ser associados a outras doenças, a única forma de se ter um diagnóstico preciso da leishmaniose visceral canina é por meio de uma visita a um profissional veterinário;
É importante ressaltar que há um grande número de animais infectados que não apresentam sintomas clínicos, ou seja , assintomáticos, porque a Leishmaniose pode ter uma incubação até 7 anos.
LEPTOSPIROSE
A leptospirose em cães é uma importante doença, sendo considerada uma zoonose.
É extremamente importante que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível!
A leptospirose pode atingir diversas espécies, incluindo os seres humanos, além de cães, gatos, ratos, equinos e outros animais. É uma doença extremamente grave e com elevado potencial zoonótico, sendo imprescindível a prevenção e a realização do diagnóstico precoce.
A prevalência da doença é alta em muitos países, sendo ainda maior nos subtropicais, em períodos de temperaturas mais elevadas, chuvas e regiões de enchentes.
Todos os animais estão suscetíveis a contrair a afecção, porém cães machos podem ser mais predispostos à contaminação em virtude do possível comportamento territorialista, que pode fazer com que o animal tenha um maior contato com patógenos no ambiente.
A leptospirose é uma doença com alto índice de mortalidade.
A leptospirose é causada por bactérias espiroquetas do gênero Leptospira que também podem infectar os humanos, por isso também é uma Zoonose.
Existem diversos espécies de leptospira e são classificadas em sorogrupos e sorovares
Os principais agentes causais da leptospirose canina são o sorovar Canicola e Icterohaemorrhagiae.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato da pele com urina dos animais doentes, ou seja a bactéria do gênero Leptospira é eliminada no ambiente através da urina do hospedeiro.
Além disso, ela sobrevive em locais com umidade, como poças de água, locais com enchentes, solo molhado por chuva, entre outros, o que potencializa a transmissão. Com isso, a disseminação da doença pode ser elevada em locais propícios.
A bactéria possui alto potencial de infecção, podendo penetrar na pele íntegra através de mucosas, não sendo necessária a presença de uma lesão para que ocorra a entrada do patógeno. Entre 4 e 7 dias após a entrada do patógeno, a leptospira invade a corrente sanguínea e se dissemina por seu organismo (SANTOS e SANTOS; 2021), afetando principalmente os rins do animal acometido.
Sinais clínicos de leptospirose canina
Há quatro síndromes que costumam ser identificadas na leptospirose canina (SILVA et al; 2020).Ictérica: é causada por hemólise intravascular e, geralmente, o animal acometido apresenta azotemia, anemia, diminuição dos níveis de consciência e febre contínua.
Hemorrágica: é a forma mais grave e, geralmente, há febre entre 3 e 4 dias após a infecção, seguida por mialgia nos membros posteriores e rigidez, além de hemorragias na cavidade oral com possível faringite e necrose.
Urêmica: também conhecida como doença de Stuttgart.
Reprodutiva: as cadelas podem ter abortos e partos prematuros, com o nascimento de filhotes mais frágeis, fracos ou adoecidos. Os filhotes podem apresentar doença renal severa e, caso sobrevivam à fase aguda da doença, podem desenvolver síndrome urêmica crônica na sequência. Além disso, a infecção causada por sorovariedade Bratislava tem sido associada a aborto e infertilidade.O indivíduo com leptospirose canina pode ser assintomático ou desenvolver quadros clínicos graves, manifestando sinais clínicos que variam de acordo com cada caso, como (SANTOS e SANTOS; 2021):
- anorexia;
- vômitos e diarréias (podendo ter presença de sangue);
- urina com coloração escura (cor de coca cola);
- presença de dor ao urinar;
- halitose (característico de azotemia);
- letargia;
- febre;
- perda de apetite;
- icterícia (pele, mucosas oral e ocular amareladas) ;
- uveíte;
- hemorragia pulmonar;
- ulcerações na mucosa oral;
- outros.
Alerta:
- As vacinas contra leptospirose canina disponíveis atualmente ( V8 e V10) são provenientes de culturas de leptospiras inativadas acrescidas de adjuvantes compostas pelos sorovares.
- V8: composta por dois sorovares (Icterohaemorrhagiae e Canicola).
- V10: composta por quatro sorovares (Icterohaemorrhagiae, Canicola, Grippotyphosae Pomona).
- Nunca deixe o alimento (ração ou comida) do seu pet, no comedouro durante a noite
- Limpar constante e higienizar quintais e ambiente em que o animal vive ou que possui acesso;
- Não acumular lixos, pois os ratos são atraídos para o ambiente, principalmente durante a noite;
- Não deixar o animal ter livre acesso às ruas sem a companhia de seu responsável;
- Evitar a superpopulação de animais;
- Adotar a castração para reduzir os comportamentos territorialistas;
- Fornecer água limpa e filtrada aos animais;
- Faça o reforço da vacina da Leptospirose em cães que estão mais expostos ao risco da infecção
- Medidas sanitárias como controle dos roedores;
Os pacientes acometidos por leptospirose precisam de acompanhamento constante, pois a taxa de mortalidade é muito alta e apresenta variabilidade entre 70 e 90% nesses casos (ZOETIS, 2019).
Porém, quando o tratamento é precoce e seguido de forma correta, geralmente antes do agravamento dos sinais clínicos, os pacientes podem ter maiores chances de sucesso e um prognóstico de reservado a favorável, contribuindo também para a prevenção da disseminação dessa importante zoonose.
Fonte:
https://portalvet.royalcanin.com.br/saude-e-nutricao/outros-assuntos/leptospirose-canina/
LEUCEMIA VIRAL FELINA – FeLV
O vírus da Leucemia Felina (FeLV) infecta felinos domésticos e silvestres.
A Leucemia Felina é causada por um retrovírus que hospeda seu material genético no DNA do animal, com essa nova “casa”, o vírus consegue sobreviver e se multiplicar.
É um vírus de transmissão horizontal, isto é, capaz de transmitir-se entre os indivíduos.
A transmissão é bem simples, por isso, ela é tão preocupante.
Secreções nasais, urina, fezes, lágrimas e saliva são exemplos de meios de transmissão da doença.
A Leucemia Felina é infectocontagiosa.
Os gatos infectados passam por um período variável de assintomatologia.
Não há predisposição de sexo e raça.
Quando desenvolvem sinais clínicos, esses estão mais frequentemente relacionados as neoplasias, imunodepressão e desordens hematológicas (anemia não-regenerativa e trombocitopenia).
A FeLV predispõem aos gatos acometidos várias doenças e quadros mórbidos, diminuindo bastante a expectativa de vida.
Estes retrovírus destroem as células de defesa do felino, proporcionando infecções secundárias como:
- distúrbios intestinais,
- problemas neurológicos,
- depressão,
- diminuição de peso,
- anorexia,
- anemias profundas,
- infecções na pele,
- micoses,
- gengivites,
- periodontites,
- otites ,
- dificuldades respiratórias,
- tumores,
- febres,
- aborto,
- alterações no comportamento e falência orgânica mais tardiamente etc…
A neoplasia induzida pode ser linfoide ou mieloide, eles interferem na replicação das células do gato, predispondo o animal infectado à formação de tumores em qualquer região ou sistema orgânico, principalmente ao surgimento de Linfomas.
Os gatos com linfoma gastrointestinal são muito mais velhos (idade média de 8 anos) que os gatos com outras com outras formas de linfoma.
O modo de como o gato infectado irá apresentar a doença dependerá da fase da vida em que acontece a contaminação.
Pacientes que se infectam quando filhotes ou jovens tendem a desenvolver a enfermidade de uma forma mais grave ou destrutiva.
O diagnóstico precoce é importante principalmente para impedir a proliferação da doença, mas como também dar um suporte ao felino acometido.
Há exames rápidos para a detecção de animais positivos como o sorológico(ELISA), que é o teste inicial a ser realizado.
Coinfecções com:
- Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV),
- Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (PIF),
- Vírus da Panleucopenia Felina (FPV),
- Vírus da Rinotraqueíte Felina (FHV),
- Vírus da Calicivirose Felina (FCV),
- Micoplasma Hemotropica são comuns.
Diagnóstico:
- Teste SNAP FIV/FeLV ComboFeLV (sens. 98,6%/espec. 98,2%) – Retrovirus
- Vírus da leucemia felina (antígeno)
Teste todos os gatos em risco para detectar antígenos do vírus da leucemia felina (FeLV) no soro, plasma ou sangue total com anticoagulante de felinos. - Este imunoensaio rápido detecta a presença do antígeno p27 de FeLV, que, se encontrado, é diagnóstico de infecção por FeLV.
Prevenção:
Os gatos devem ser testados para a presença de antígenos da FeLV no sangue antes de serem vacinados, para verificar se o animal estão ou não infectado antes da vacinação.
Referência Bibliográfica:
Birchard. Scherding J. Manual Saunders. Clínica de Pequenos Animais . São Paulo: Roca, Ano 1998
Zoetis – Boletim Técnico
Caderno Medicina de Cães e Gatos – ULBRA
LINFOMA EM FELINOS
Os linfomas são neoplasias originadas da proliferação de linfócitos malignos, podem se desenvolver em qualquer órgão, mas possuem predileção por baço, fígado, medula óssea e linfonodos.
Na maioria das vezes pode ocorrer a migração dessas células malignas para outros locais, onde se alojam e causam manifestações clínicas, também chamados de sítios anatômicos e incluem: olhos, pele, rins e sistema nervoso central .
Vários fatores parecem influenciar o desenvolvimento de linfoma felino, como o Vírus da Leucemia Felina, o Vírus da Imunodeficiência Felina, a exposição a fumo de tabaco, a imunidade reduzida, factores genéticos e estado de inflamação permanente.
Os animais podem demonstrar sinais gastrointestinais, nervosos, cardiovasculares, renais e ainda síndromes paraneoplásicas
Os sinais clínicos desta neoplasia são muito diversificados e estão relacionados com o local anatómico em que a patologia se desenvolve .
MASTOCITOMA
Mastocitomas são neoplasia potencialmente malignas que acometem a pele de cães e que possuem grande importância na clínica devido ao seu comportamento biológico agressivo, potencial metastático além da ocorrência de síndrome paraneoplásica
Existem diversas formas de manifestações das síndromes paraneoplásicas, sendo as formas gastrintestinal (caquexia e ulceração gastroduodenal), endrocrinológica (hipercalcemia e hipoglicemia), hematológica (hipergamaglobulinemia, anemia, eritrocitose, leucocitose neutrofílica e trombocitopenia), cutânea (alopecia e dermatofibrose nodular), neurológica e outras manifestações variadas (osteopatia hipertrófica e febre) as que ocorrem com maior frequência (RAMOS et al., 2008).
Mastocitoma ou tumor de mastócitos é uma neoplasia cutânea maligna muto frequente em cães.
Os mastocitomas podem surgir da derme ou do tecido conjuntivo subcutâneo.
A forma cutânea pode assemelhar-se a numerosas lesões, de etiologia neoplásica ou não, sendo denominado por muitos autores como ” o grande imitador”.
As regiões mais afetadas pelos tumores são os membros pélvicos, e torácicos, abdome, tórax e cabeça. Pode surgir também no baço, fígado e rins.
Acomete mais os animais de meia idade a idoso e não há predileção sexual.
Fonte:
MENINGOENCEFALITE GRANULOMATOSA – MEG – EM CÃES
A Meningoencefalite Granulomatosa (MEG) é uma doença inflamatória sem etiologia conhecida do sistema nervoso central que acomete principalmente cães jovens e de porte pequeno.
Os sinais clínicos são variados em dependência da região neuroanatômica acometida.
NEOPLASIA PROSTÁTICA
O câncer de próstata espontâneo acomete, de forma estatisticamente significativa, apenas duas espécies de mamíferos: humanos e cães.
Normalmente, a doença acomete cães idosos castrados e não castrados com idade entre 9 e 10 anos.
São, em sua maioria, carcinomas, mas já foram descritos hemangiossarcoma e leiomiossarcoma.
Fonte: Agener União. Volume 05. 2017
NEOPLASIAS CUTÂNEAS
As neoplasias cutâneas estão entre as neoplasias mais freqüentes nos animais domésticos, sendo relatadas como as mais comuns que acometem os cães.
Estas neoplasias apresentam uma variedade de tipos celulares e podem se originar da epiderme, pêlos, glândulas anexas ou células da derme ou hipoderme.
Vários agentes externos e fatores biológicos são reconhecidos como sendo importantes no desenvolvimento de certos tumores de pele, entretanto, na maioria das vezes, a etiologia dessas neoplasias é desconhecida.
As neoplasias, em geral, podem ser benignas ou malignas.
Em cães 80% dos tumores de pele são benignos e em gatos 59%.
ODONTOLOGIA VETERINÁRIA
A Odontologia veterinária, ou odontoveterinária, é a área da Medicina Veterinária que estuda a anatomia, fisiologia, patologia e terapia para as afecções da cavidade oral dos animais.
Assim como a odontologia humana, é de suma importância o estudo dos materiais dentários, além das técnicas operatórias em odontologia veterinária.
Também tem suas subdivisões, como a periodontia, endodontia, ortodontia, dentística, etc.
No Brasil, a atuação nesta área é restrita do profissional em medicina veterinária, segundo a Lei Federal 5.517
A odontologia veterinária, assim como a odonto humana, tem suas divisões nos mesmos moldes:
- Periodontia: É a parte da Odontologia que se dedica ao estudo das alterações do Periodonto e seus respectivos tratamentos.
- Endodontia: É o ramo da Odontologia que trata das lesões e doenças da polpa (nervo) e da raiz do dente.
- Ortodontia: É uma especialidade da Odontologia que corrige a posição dos dentes e dos ossos maxilares posicionados de forma inadequada
- Cirurgia buco-maxilo-facial: A cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial oferecem uma variedade de métodos para o tratamento de fraturas mandibulares, desde o tratamento conservador até o tratamento cirúrgico.
- Implantologia: É uma área de especialização da Odontologia voltada para a implantação e reimplantação de dentes após a perda do original, incluindo sua manutenção
- Dentística restauradora: É a área da Odontologia que trata das alterações dos dentes e tecidos circunvizinhos, ou seja, trata da doença cárie, suas repercussões sobre a estrutura dental e alterações de forma – textura e cor dos dentes, devolvendo ao paciente à saúde, e aos dentes a estética, função e anatomia.
Apesar das divisões serem as mesmas da odonto humana, há muitas diferenças no que diz respeito à: anatomia, fisiologia, patologia, terapêutica e técnica operatória.
Vale ressaltar que na medicina veterinária o nosso paciente para ser submetido a um procedimento odontológico precisa ser submetido a anestesia geral é necessária para evitar dor no animal, e também para permitir uma adequada manipulação da boca do cão. . (Anestesia Inalatória- saiba mais no nosso post sobre anestesias)
Para que tudo ocorra com segurança, exame pré-operatórios serão necessários tais como exames de sangue, ecocardiograma dentre outros.
Felinos:
A dentição de leite em gatos tem 26 dentes
A dentição permanente tem 30 dentes
são: 12 incisivos 4 caninos 10 pre molares 4 molares
Caninos;
A dentição de leite nos cães tem 28 dentes
A dentição permanente dos cães tem 42 dentes
são: 12 incisivos 4 caninos 16 pre molares 10 molares
OFTALMOLOGIA VETERINÁRIA
Nos últimos anos a Medicina Veterinária tem cada vez mais segmentado sua área de atuação.
A oftalmologia é um ramo delas, e tem cada vez mais novas tecnologias facilitando a vida dos cães, gatos e seus tutores.
Geralmente ouvimos mais sobre a cegueira em cachorro quando chegam em uma idade mais avançada, mas ao longo dos anos, diversas doenças oculares frequentes em humanos são também bastante comuns nos pets.
Confira as principais:
- Úlceras de córnea;
- Conjuntivite alérgica;
- Ceratoconjuntivite seca (olho seco);
- Triquíase e distiquíase (mau posicionamento dos cílios);
- Entrópio e ectrópio (má formação na pálpebra para dentro ou para fora);
- Ceratoconjuntivite herpética (herpes ocular);
- Sequestro corneano felino;
- Distrofia corneana;
- Ceratite pigmentar (manchas pretas nos olhos);
- Uveítes;
- Glaucoma,
- Catarata.
O exame inicia-se com o teste que mede a produção lacrimal (Teste de Schirmer), aferição da pressão intraocular (tonometria), inspeção das pálpebras e estruturas oculares com fonte de luz (lâmpada de fenda), resposta pupilar a luz, dilatação pupilar para avaliar o fundo do olho e por fim o uso dos corantes para avaliar presença de lesões de córnea.
A sequência dos exames pode ser alterada dependendo do quadro oftálmico.
Sempre é muito importante que o proprietário esteja atento aos sinais de doenças oculares, como o olho vermelho, lacrimejamento excessivo, secreção ocular, sensibilidade à luz, olho fechado, manchas ou alteração na coloração dos olhos, coceira nos olhos e ou a dificuldade para enxergar.
Exitem algumas raças que apresentam maior tendência e ter problemas oculares como Buldogues, Lhasa Apso, Pequinês, Pug e Shih Tzu podem necessitar cuidados especiais com os olhos.
O cuidado com o autotraumatismo é fundamental para o sucesso do tratamento oftálmico.
A proteção ocular é indicada para afecções de córnea, conjuntiva, pálpebras, para cegueira e pós-operatório de cirurgias, dando alternativa aos colares elizabetanos.
Fonte: https://www.petz.com.br/blog/saude-e-cuidados/oftalmologia-veterinaria-uma-especialidade-que-nao-para-de-crescer/https://www.puppyshow.com.br/pagina/especialista-em-oftalmologia-veterinaria.html
OTITES
As otites em cães e gatos na clínica de pequenos é muito comum
A otite crônica constitui-se basicamente da inflamação do conduto auditivo, seja ele interno, médio ou externo.
É mais comum em cães do que em gatos.
Geralmente os microorganismos envolvidos no processo infeccioso estão Staphylococcus intermedius, Pseudomonasa eruginosa, Proteus sp, Streptococcus sp e a levedura Malassezia sp.
As manifestações mais comuns de otite externa são o prurido auricular e a consequente movimentação da cabeça para os lados.
Existem fatores predisponentes para as causas de otite os mais comuns são pêlos em excesso no ouvido externo, orelhas pendulosas, umidade e efeitos de tratamento anteriores.
Também temos os fatores primários que por si só já causam otite, tendo os predisponentes ou não sua presença, como por exemplo Parasitos (Otodectescynotis, Demodex canis, Demodex cati, Sarcoptes scabiei, Notoedres cati); Hipersensibilidades ( atopia, alergia alimentar, alergia de contato); Endocrinopatias ( hiperqueratinização, seborréia, hipertrofia de glândulas apócrinas); Doenças auto-imunes (lúpus e pênfigo) e Doenças virais (cinomose em animais jovens).
Temos os fatores perpetuantes que são aqueles que não permitem a resolução da otite externa. Em casos crônicos, um ou mais fatores vão estar presentes.
Sabe-se que a inflamação crônica desencadeia alterações progressivas na pele do canal auditivo externo; tais alterações incluem hiperqueratose epidérmica, fibrose de toda derme, edema e hiperplasia de glândulas apócrinas. Estas alterações da pele do canal auditivo, que eventualmente, se estendem até a cartilagem auricular levando a estenose do canal auditivo. Mais importante que isto são as inúmeras dobras que se formam impedindo a limpeza e aplicação de medicação tópica de modo efetivo. Estas dobras também atuam como sítios de perpetuação e proteção de microorganismos secundários.
Lembre-se:
- Manter limpos os ouvidos de cães e gatos, além de contribuir para sua saúde e bem-estar, é uma declaração de carinho a eles. Fazer isso rotineiramente previne inflamações, alergias e infecções que podem causar dor e até levar à perda da audição.
- Alguns animais tem maior tendência para otites, como os que possuem orelhas caídas que dificultam o arejamento, maior produção de cera e mais glândulas sebáceas.
- O ideal é que o pet se familiarize com a limpeza desde filhote, fase em que ele não costuma deixar que mexam nos seus ouvidos.
- Na hora de fazer a limpeza, evite locais propícios a acidentes, com objetos que podem ser derrubados pelo animal.
- Para a limpeza dos ouvidos existem produtos específicos veterinários , não utilize álcool ou qualquer outro produto.
- Algumas raças de cães possuem um crescimento maior de pelos no ouvido. O crescimento deste deve ser contido, porém, não é recomendado que sejam totalmente arrancados. Recomenda-se retirar pelos que se soltam facilmente e que impedem a limpeza e visualização dos ouvidos.
Apoio: VetScience Magazine. Maio 2014.
PALPEBROPATIAS -ENTRÓPIO
As palpebropatias resultam em vários sinais clínicos.
Inicialmente, podem-se afetar as pálpebras sozinhas, mas devido à sua proximidade íntima da córnea e da conjuntiva, frequentemente ocorre doença dessas estruturas.
O entrópio é diagnósticado através do exame clínico.
Quando a pálpebra enrola-se para dentro, os pêlos faciais frequentemente entram em contato direto com a córnea.
A classificação do entrópio é feita quando as pálpebras se relaxam.
- Entrópio anatômico
- Entrópio anatômico com espasmo secundário
- Entrópio espástico
Sinais clínicos variam de conjutivite com uma descarga serosa suave a um blefaroespasmo (é o espasmo dos músculos perioculares, resultando em piscar involuntário e fechamento ocular severo) com ulceração corneana e descarga purulenta.
PANLEUCOPENIA FELINA
A Panleucopenia Felina (VPF), causada pelo Parvovírus felino, é uma doença muito grave e contagiosa, que pode ser fatal, principalmente em filhotes.
No geral, acomete animais que não foram vacinados adequadamente.
Além de muito contagiosa, a panleucopenia em gatos é causada por um vírus muito resistente.
Se o ambiente for contaminado, o microrganismo pode ficar no local por mais de um ano, dessa forma, gatos não vacinados, que tenham acesso ao local, podem adoecer.
O VPF é eliminado em todas as excreções corporais por até 6 semanas, especialemnte as fezes.
Embora possa acometer animais de qualquer sexo ou idade, costuma ser mais comum em gatos jovens, de até 12 meses.
É trasnmitida entre gatos pelo contato direto ou indireto de animais não vacinados com animais doentes, através de secreções e utensílios compratilhados (vasilhas, brinquedos, etc.)
Sintomas em filhotes:
- febre alta
- falta de apetite
- vômito
- diarréia
- desidratação
- danos cerebrais (tremores e andar cambaleante)
- pode causar morte súbita em filhotes
Sintomas em adultos:
- A doença muitas vezes é subclínica (que não produz manifestações ou efeitos detectáveis através de exames clínicos regulares), tendo com principais sintomas a infertilidade ou abortos.
A Panleucopenia é relativamente rara atualmente devido ao controle efetivo com as vacinações.
O diagnóstico é presentivamente com base nos sinais clínicos de gastroenterite aguda em um gato jovem e suscetivel (não vacinado) com envolvimento sistêmico e panleucopenia profunda (contagem de leucócitos total < 500Ul.
O tratamento é de suporte inespecífico, como reidratação, antibióticos parenterais, antieméticos.
Referência Bibliográfica:
Manual Saunders, Clínica de Pequenos Animais; Brichard.Sherding
MSD, Saúde Animal; Proteção essencial para laços essenciais. Proteja seu gato.
PAPILOMATOSE VIRAL CANINA
A papilomatose canina tem origem infecciosa e é uma enfermidade tumoral benigna, causada pelo Papilomavirus que pertencete à família Papillomaviridae, gênero Papillomavirus
Os papilomavírus são oncogênicos e espécie-específicos.
Geralmente são múltiplos, contagiosos e afetam mais cães jovens.
Cães com mais de 2 anos raramente apresentam papilomas orais e os cães mais velhos são mais resistentes.
A maioria desse tumores sofre regressão espontânea.
Geralmente, os tumores se desenvolvem entre um e cinco meses, e regridem espontaneamente na maior parte dos animais entre quatro e oito semanas após o início das lesões tumorais, porém em alguns casos tendem a permanecer crônicos existindo relatos raros de falha na regressão por mais de dois anos.
Em algumas espécies, pode haver progressão para carcinoma de células escamosas (raro)
Os locais mais afetados são mucosa oral, margem labial, língua, palto, faringe e epiglote.
Os pailomas orais inicialmente são pálidos, lisos e elevados.
Depois ficam com aspecto de “couve-flor”, com projeções finas como cordões.
Causam halitose, ptialimo, hemorragia e desconforto para se alimentar.
Não existe vacina, alguns casos são indicados cirurgia convecional e ou cauterização.
A quimioterapia possui resultados variáveis.
Atualmente a utilização de homeopatia (A homeopatia entende que todos os distúrbios da saúde são causados pelo desequilíbrio da energia interna) tem sido uma alternativa medicamentosa eficiente, rápida e com um valor econômico bem acessível para o tratamento da papilomatose canina.
Referência Bibliográfica:
Caderno Universitário Medicina de Cães e Gatos (043)/ ULBRA
PARAINFLUENZA
Doença altamente transmissível por via área, com sintomas similares aos da gripe de cães
PARVOVIROSE
A parvovirose canina é uma das principais doenças infecciosas de caráter endêmico e distribuição mundial.
Está entre as principais causas de morte por diarreia viral infecciosa em filhotes de cães não vacinados.
É transmitida principalmente pelo contato direito com as fezes de animais doentes.
A partícula viral é bastante resistente, podendo se manter infecciosa por até 5 meses no meio ambiente.
Os sinais observados em animais afetados abrangem diarreia sanguinolenta e vômito de início súbito, acompanhado de hipertemia (febre) e leucopenia por linfopenia.
A morte de animais gravemente afetados decorre da destruição extensa do epitélio do intestino, com consequente desidratação, além da possibilidade de choque endotóxico.
Outros sinais como septicemia e edema pulmonar também foram relatados.
Tratamento de suporte como fluidoterapia, antibioticoterapia, restrição de dieta por 24 a 48 h são indicados.
A vacinação é a melhor maneira de prevenir.
Apoio: Tratado de Medina Interna de Cães e Gatos. Parte 11. Cap. 88. Vol 1.
PEDICULOSE
A infestação por piolhos denomina-se pediculose.
Os piolhos são insetos espécie-específicos que acometem os animais domésticos e também o homem.
Isto quer dizer que as espécies que acometem o homem não infestam os animais, e vice-versa.
Embora tenham uma grande capacidade de proliferação, eles não sobrevivem mais do que alguns dias no ambiente longe do hospedeiro e são transmitidos por contato direto com animais infestados, bem como com objetos tais como escovas, pentes, cama, travesseiros, etc.
Há dois tipos de piolhos em cães e gatos:
1- Ordem Mallophaga: Piolhos Falsos, não sugam sangue, ingerem tecido superficial
Lynognathus setosus são os mastigadores, que se alimentam de restos celulares da pele e do pelame nos cães. Podem ainda transmitir uma verminose intestinal pelo parasita Dipillidium caninum.
Felicola subrostratus são os os mastigadores, que se alimentam de restos celulares da pele e do pelame nos gatos
2- Ordem Anoplura: Piolhos verdadeiros, sugam sangue, perfuram a pele.
Trichodectes canis são os sugadores, que se alimentam de sangue e podem causar anemia e fraqueza em infestações maciças
Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com consequente perda da pelagem e escoriações cutâneas.
Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais Ano 2003
PERIODONTIA / DOENÇA PERIODONTAL
É a parte da odontologia que se dedica ao estudo das alterações do Periodonto e seus respectivos tratamentos.
Dentre as afecções orais, a Doença Periodontal constitui a moléstia de maior prevalência em cães e gatos.
A Doença Periodontal é toda e qualquer alteração que se deve ao prejuízo do órgão de sustentação e proteção dentária, o Periodonto (cemento da raiz dentária, lâmina dura do osso alveolar, ligamento periodontal e epitélio juncional da gengiva livre).
Classicamente a Doença Periodontal é definida como uma doença bacteriana progressiva e irreversível, culminando com a perda dos dentes.
O processo pode ser infeccioso ou inflamatório.
A periodontite inicia pela deposição da placa bacteriana na superfície da coroa dentária, esta placa bacteriana é formada pelos restos alimentares, saliva e bactérias oriundas da saliva que são inicialmente aeróbias G+, modificando-se com a instalação da doença para uma flora anaeróbia G- e com grande patogenicidade.
A presença desta placa bacteriana faz com que haja a produção de toxinas, as quais agem destruindo o epitélio juncional.
Antes dessa destruição nós temos o que denominamos de GENGIVITE (avermelhamento do bordo da gengiva livre com integridade do epitélio juncional), sendo uma primeira resposta ao organismo frente a instalação de uma doença subgengival.
A GENGIVITE pode ser reversível, desde que haja a completa remoção do agente causador, a placa bacteriana.
Concomitante, ocorre a síntese de cálculo pelas bactérias a partir de minerais oriundos da saliva (Magnésio, Fósforo,Potássio, Cálcio e Flúor). Gradativamente a placa bacteriana deposita-se na região subgengival, levando ao deslocamento da gengiva e formação da bolsa periodontal. Com a progressão da doença, ocorre edemaciamento da gengiva e em alguns casos ocorre a hiperplasia gengival reativa.
Começa a perda da sustentação óssea. A reabsorção óssea vertical ou horizontal , a exposição da raiz e mobilidade dentária são condições de agravamento da DOENÇA PERIODONTAL.
Existem diversos fatores predisponentes da Doença Periodontal:
- Raças
- Idade
- Fator Nutricional
- pH da saliva
- Fatores individuais
- Drogas sistêmicas
- Doenças sistêmicas
A classificação da Doença Periodontal é determinada em estágios de 1 – 6 e o tratamento deve ser realizado.
O tratamento consiste na retirada da placa bacteriana e dos cálculos dentários , por meio de raspagem ou ultrassom. Este procedimento é chamado profilaxia dentária, já que tem como objetivo a profilaxia ou prevenção da doença periodontal.
DICAS:
- A gengivite é o primeiro sinal da afecção oral e , por estar relacionada à falta de higiene oral, sua incidência diminui bruscamente quando a placa bacteriana é removida.
- A casuística da doença periodontal agrava-se com a idade e é inversamente proporcional ao peso do animal, ou seja, quanto menor o porte do cão, maior a gravidade da doença.
- Culturalmente, os proprietários encaram como normal o fato de cães e gatos mais idosos apresentarem halitose, principal sinal da doença periodontal, e recusarem a apreensão de ração seca, dando preferência a alimentos mais macios.
- A maioria dos tutores não considera os cuidados com os dentes dos seus cães uma grande prioridade. O que eles não sabem é que a doença periodontal, que afeta aproximadamente 85% dos cães com mais de 3 anos, não causa problemas só na boca: ela também pode causar insuficiência cardíaca, renal, hepática, e artrites. E, além de tudo, não tem cura.
- Os distúrbios locais incluem desde a formação de bolsas periodontais que levam à mobilidade dentária e perda dos dentes, até situações mais graves como a ocorrência de fístulas oronasais, lesões endo-periodontais, fraturas patológicas, complicações oculares, osteomielite dos ossos maxilar e mandibular e aumento da incidência de neoplasias orais.
- É considerada imperícia e imprudência fazer a profilaxia dentária em cães conscientes ou apenas sedados. A anestesia geral é necessária para evitar dor no animal, e também para permitir uma adequada manipulação da boca do cão.
- No entanto além do tratamento veterinário, para prevenir e controlar a doença periodontal, também é necessária a manutenção rotineira da higiene oral em casa, sendo a escovação diária dos dentes o melhor método para evitar a organização da placa e a deposição do cálculo dentário a longo prazo.
Referência Bibliográfica:
ULBRA. Caderno Universitário. Odontologia Veterinária.
Pet Society Clinical.
Boletim Informativo Boeehringer Ingelheim. Stomorgyl.
Boletim Informativo Virbac. Linha Saúde Oral.PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF)
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF), é causada por um coranavírus.
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença viral infecto-contagiosa, sistêmica, imunomediada, progressiva e fatal, que afeta não só gatos domésticos, mas também outros felídeos.
É considerada hoje a principal causa infeciosa de morte dos gatos domésticos, pois seu diagnóstico definitivo é difícil e muitas vezes confirmado apenas após a necrópsia.
Todos os gatos são suscetíveis à infecção, porém a incidência é maior nos animais jovens, na faixa etária de 3 meses a 3 anos, e nos idosos.
Outros fatores como, estresse, susceptibilidade genética, doenças intercorrentes como FIV e FeLV, capacidade imune, uso de fármacos imunossupressores, influenciam o aparecimento da PIF.
A transmissão acontece por via oro-fecal, o vírus é adquirido por meio do contato direto de gatos não infectados com fezes de um felino portador, geralmente pelo uso mútuo da liteira (caixa de areia).
A doença manifesta-se de duas formas: efusiva (húmida) e não-efusiva (seca), com base na quantidade de derrame cavitário (ascite ou hidrotórax).
Inicialmente, os gatos apresentam sinais clínicos inespecíficos e não localizados como:
- febre persistente e não responsiva a antibióticos,
- anorexia,
- inatividade,
- perda de peso,
- vômito,
- diarréia,
- desidratação,
- palidez (anemia).
À medida que a doença avança, os sinais inespecíficos progridem e a PIF manifesta-se ou na forma úmida (efusiva) , ou na seca (não efusiva). Alguns gatos apresentam características de ambas as formas.
O prognóstico da doença é bastante reservado, pois a PIF é progressiva e fatal.
A forma efusiva: é responsável por cerca 60% dos caso, é classificada pela presença de efusão pleural, peritoneal e/ou pericárdica, além de outras manifestações inespecíficas como desidratação, anorexia , febre e perda de peso.
Na efusão peritoneal ocorre aumento de volume abdominal de consistência macia e flutuante, tendo o animal ascite composta por fluido altamente protético e na maioria das vezes, amarelado e viscoso. A efusão torácica causa normalmente dispnéia e taquipnéia, podendo gerar cianose e/ou respiração de boca aberta.
A forma não efusiva: é responsável por cerca de 40% dos casos com mortalidade mais tardia.
Nesta forma, granulomas desenvolvem-se em diversos locais, sendo as manifestações clínicas extremamente variáveis, apresentando alterações inespecíficas (como febre intermitente não responsiva a antibióticos, perda de peso progressiva, icterícia, letargia e disorexia) e envolvendo órgãos como pulmão, fígado, rins, pâncreas, linfonodos mesentéricos, omento, olhos e sistema nervoso central.
Além disso, o animal pode apresentar lesões oculares, sendo as mais comumente observadas são as uveítes e precipitados queratóticos.
Manifestações neurológicas, ocorrem em cerca de 301%-50% dos gatos acometidos, as mais comuns são: anisocoria, nistagmo, ataxia, incoordenação, convulsão, hiperestesia, hiper-reflexia, propriocepção reduzida, paralisia de cauda, head tilt, depressão mental, paralisia, entre outros.
Referência Bibliográfica:
VETScience Magazine. Abril, 2014.
POSIÇÃO DE ORAÇÃO !
Imagem original: Today’s Veterinary Technician
Às vezes nos deparamos com nosso pequeno fazendo uma posição estranha.
Bunda para cima empinada e as patinhas da frente no chão – Posição de Prece, Posição de Rezar ou Posição de Oração !
Podemos achar engraçado na hora, mas fique ALERTA !!!
É normal o cachorro na hora de brincar ou se espreguiçar fazer essa postura, porém se seu cão permanece muito tempo nessa postura, isso não é normal, ele esta incomodado.
Seu pet esta demonstrado que esta com uma forte dor abdominal. E inspira cuidados imediatos.
Um cão com um abdômen doloroso, muitas vezes, não encontram uma posição confortável.
Costumam ficar muito:
- agitados
- ofegantes
- emitir grunhidos
- gemidos de dor
- podem ou não apresentar sintomas de náusea e vômitos.
Causas mais comuns que levam a ficar nessa posição:
- Cólica
- Pancreatite aguda (inflamação do pâncreas)Obstrução intestinal (ossos, brinquedos ou algo que possa ter ingerido)
- Envenenamento
- Peritonite (inflamação da cavidade abdominal)
- Torção gástrica (síndrome da dilatação volvo gástrica)
- Bexiga obstruída por urolitíase (pedras)
- Ruptura de bexiga (trauma ou urólitos)
- Lesão no abdômen (trauma)
- Tumores intestinais
PROBLEMAS NOS OLHOS
ANISOCORIA (Com miose do olho afetado) – O sistema nervoso simpático inerva o músculo dilatador da pupila em ambos os olhos. Caso alguma estrutura da via simpática seja lesionada, o olho ipsilateral estará em miose (contração pupilar) devido à ação isolada do sistema parassimpático sobre o esfíncter da pupila. Este sinal pode ser melhor avaliado em uma sala escura.
PROTRUSÃO DA TERCEIRA PÁLPEBRA – Para manter a terceira pálpebra em sua posição anatômica (canto medial do olho) a inervação simpática precisa estar intacta, caso seja interrompida, o tônus muscular liso da terceira pálpebra do olho desnervado torna-se diminuído ou ausente, gerando sua protusão. Segundo alguns autores, depois da anisocoria este é o sinal mais comum da SH.
PTOSE PALPEBRAL – A partir do mesmo mecanismo citado anteriormente para a terceira pálpebra, a denervação simpática do olho gera a perda do tônus do músculo de Müller e conseqüente diminuição da fissura palpebral (ptose palpebral).
ENOFTALMIA – Este sinal ocorre devido à atonia da musculatura lisa periorbital secundária à ausência da inervação simpática e conseqüente retração do globo ocular em sua órbita. A enoftalmia é exarcebada pela protrusão da terceira pálpebra nos caninos.
PROSTATITES
Prostatites são definidas como inflamação da glândula prostática e podem ser causadas por agentes infecciosos ou serem assépticas.
Na maioria dos casos, são colonizadas por bactérias que ascendem da uretra que, por vezes, podem estar relacionadas com quadros de cistites.
Fonte: Agener União. Volume 05. 2017
PULICIOSE – PULGAS
Puliciose é a doença ocasionada pela infestação de pulgas.
As pulgas são insetos hematófagos pequenos, sem asas.
Pulgas são animais holometabólicos, ou seja, fazem metamorfose completa, passando por quatro estágios de vida: ovo, larva, pupa e imago (adulta).
A Ctenocephalides (Ctenocephalides felis felis e Ctenocephalides canis),é a espécie parasita de gatos e cães.
As pulgas tem atividade o ano todo, mesmo no inverno.
PRIMAVERA:
- Durante os meses de setembro, outubro e novembro, o aumento da temperatura e o incio de chuvas propiciam o aparecimento das primeiras pulgas saídas das pupas que hibernavam no ambiente.
- Fazer o controle das pulgas no animal e no ambiente é essencial.
VERÃO:
- Dezembro, janeiro e fevereiro, o forte calor a alta umidade são condições extremamente propicias para que aconteça uma nova proliferação de pulgas.
OUTONO:
- Durante os meses de março,abril e maio, geralmente nos descuidamos do controle e as pulgas menos visíveis, mas em franca atividade aproveitam para reinfestar o ambiente
INVERNO:
- Durante os meses junho, julho e agosto as pulgas praticamente desaparecem, mas as larvas que conseguiram transformar-se em pupas hibernarão até a primavera.
DOENÇAS PROVOCADAS PELAS PULGAS:
- VERMINOSE: As pulgas são responsáveis por transmitir um verme comum em cães e gatos chamado de Dipylidium caninum, os cães se contaminam ao ingerir a pulga no ato de se coçar;
- DERMATITES: A saliva da pulga pode provocar além da coceira e irritação, eczemas e outras doenças de pele, como a DAPP (Dermatite Alérgica à Picada de Pulga);
- ANEMIA: Se houver uma infestação e o número de pulgas for muito grande no cão / gato , ele pode desenvolver uma anemia — visto que esses parasitas se alimentam do sangue do animal;
- ESTRESSE: A coceira incessante, que toma conta de um animal infectado com pulgas, pode levar o animal ao estresse e à perda de apetite, tornando-o também deprimido e agressivo;
- TRANSMISSÃO DE VÍRUS: Acredita-se que as pulgas podem transmitir e ocasionar doenças, como a Micoplasmose ou então Anemia Infecciosa Felina. De um animal doente para outro sadio.
FIQUE POR DENTRO:
- Uma única pulga durante sua vida põe 2000 (dois) mil ovos capazes de reinfestar o ambiente,
- A pulga geralmente coloca em média 50 ovos por dia,
- Cada pulga pode picar seu animal 400 vezes por dia
- As pulgas são responsáveis por transmitir um verme comum em cães e gatos chamado de Dipylidium caninum, os cães se contaminam ao ingerir a pulga no ato de se coçar
- As larvas que saem dos ovos se escondem da luz no fundo de tapetes, carpetes, frestas.
- Quando viram pupas (casulo) podem ficar de 2 semanas a 6 meses esperando o melhor momento para se transformar em pulgas novamente
Fonte:
RAIVA
A raiva é uma doença infecciosa viral cuja base patológica principal é um processo inflamatório não infiltrativo do sistema nervoso central, levando a sinais predominantemente nervosos.
É uma doença que pode ser transmitida ao ser humano, por isso é considerada uma zoonose.
Sua transmissão ocorre pela saliva contaminada de um animal, principalmente através de uma mordedura.
Qualquer mamífero é capaz de transmitir raiva:
Animais domésticos e de fazenda
- Gatos
- Cachorros
- Vacas
- Furões
- Cabras
- Cavalo
Animais selvagens
- Morcegos
- Castores
- Coiotes
- Raposas
- Macacos
- Guaxinins
- Gambás
- Marmotas
Alguns sintomas:
- alterações neurológicas
- podendo haver fúria
- irritabilidade
- vocalização
- inquietação
- agressividade
Raiva canina: O período de incubação é, em geral, de 15 dias a dois meses. Na fase prodrômica os animais apresentam mudança de comportamento, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação inusitada. Após 1 a 3 dias, ficam acentuados os sintomas de excitação. Na fase furiosa, o cão se torna agressivo, com tendência a morder objetos, outros animais, o homem, inclusive o seu proprietário, e morde-se a si mesmo, muitas vezes provocando graves ferimentos. A salivação torna-se abundante, uma vez que o animal é incapaz de deglutir sua saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição. Há alteração do seu latido, que se torna rouco ou bitonal, em virtude da paralisia parcial das cordas vocais. Os cães infectados pelo vírus rábico têm propensão de abandonar suas casas e percorrer grandes distâncias, durante a qual podem atacar outros animais, disseminando, desta maneira, a raiva. Na fase final da doença, é freqüente observar convulsões generalizadas, que são seguidas de incoordenação motora e paralisia do tronco e dos membros.
A forma muda se caracteriza por predomínio de sintomas do tipo paralítico, fase paralítica, sendo a fase de excitação extremamente curta ou imperceptível. A paralisia começa pela musculatura da cabeça e do pescoço; o animal apresenta dificuldade de deglutição e suspeita-se de “engasgo”, quando então seu proprietário tenta ajudá-lo, expondo-se à infecção. A seguir, vêm a paralisia e a morte.
Raiva felina: Na maioria das vezes a doença é do tipo furioso, com sintomatologia semelhante à raiva canina.
Observação: Especial atenção dever-se-á dar a outras sintomatologias que podem ocorrer quando a raiva em cães e gatos for transmitida por morcegos, fato que vem ocorrendo em algumas regiões do país..
O diagnóstico da raiva, não apenas em cães e gatos, mas também em quaisquer outras espécies de hospedeiros, incluindo seres humanos, é sempre dependente de provas complementares que frequentemente só podem ser realizadas depois da tomada de amostras post mortem.
Para a tomada de soro, Titulação de anticorpos neutralizantes para raiva, sem aplicação diagnóstica no caso de cães e gatos, mas se prestando apenas para emissão de atestados sanitários para trânsito internacional de animais, devem ser utilizados procedimentos convencionais para coleta e envio de soros.
A vacinação do seu cão ou gato contra a raiva é a maneira mais eficaz de evitar essa doença.
No Brasil, é uma doença de notificação compulsória.
Caso você seja mordido por algum animal, procure atendimento médico imediato. Com base em suas lesões e na situação em que a mordida ocorreu, você e o médico decidirão se você deve receber tratamento para prevenir a raiva.
A ferida deve ser limpa com sabão e água antes de qualquer outra medida.
- Qual animal te mordeu?
- Você poderia descrever o comportamento do animal antes de ele lhe morder?
- Você tomou alguma medida de primeiros socorros? Qual?
- Quais são seus sintomas?
- Em que momentos seus sintomas começaram?
- Qual a intensidade de seus sintomas?
Referência Bibliográfica:
http://www.saude.sp.gov.br/instituto-pasteur/paginas-internas/o-que-e-raiva/quadro-clinico-da-raiva-em-animais
http://certidao.cfmv.gov.br/revistas/edicao72.pdf
RINITE E SINUSITE CANINA
A Rinite canina é uma inflamação da mucosa das narinas
As duas inflamações irritam as mucosas do trato respiratório superior do cão (narinas e seios nasais) e podem ser provocadas por vírus ou bactérias.
A infecção viral é a causa mais comum de rinite e sinusite aguda em cães.
A infecção bacteriana ocorre frequentemente após a infecção viral inicial.
Rinite Bacteriana: é uma doença nasal primária não usal, mas uma complicação secundária comum para qualquer doença da cavidade nasal resultante da proliferação de habitantes normais da flora nasal.
O tratamento com antibioticoterapia resulta em melhora clínica, esta normalmente é temporária.
Deve ser incluir na avaliação diagnóstica a busca por processos doentios subjacentes como Bordetella bronchiseptica e Mycoplasma, podem agir como patógenos primários.
Rinite Alérgica: é considerada como resposta de hipersensibilidade dentro da cavidade e dos seios nasais aos antígenos ambientais.
Cães com rinite alérgica são apresentados com espirros e/ou secreção nasal serosa ou mucopurulenta.
Os sinais podem ser agudos ou crônicos.
Os sinais podem estar piores em certas esrações do ano; na presença de fumaça de cigarro; novos perfumes; agentes de limpeza; m,óveis ou tecidos na residência.
A Sinusite é uma inflamação dos seios nasais, provocando irritação da mucosa do trato superior.
Essa doença pode ser causada por vírus ou bactéria.
Os sinais clínicos incluem:
- Espirros, secreção nasal com muco ou pus – e, em casos mais graves, sangramentos, roncos, respiração com boca aberta, dificuldade para respirar e deformidade nasal.
- Em alguns casos, podem aparecer secreções nos olhos (conjuntivites) associadas ao quadro.
- É comum a ocorrência de febre, apatia e falta de apetite.
Não existe predileção por sexo, idade ou raça.
Em cães mais velhos, existe a possibilidade da rinite estar relacionada a tumores.
Os cachorros com focinho comprido são mais propensos a rinites que estão relacionadas a fungos.
Para diagnóstico, o médico veterinário fará uma avaliação baseada no histórico do animal, alterações no exame físico, Raio-X, tomografias da cabeça e Rinoscopia (exame endoscópico que visualiza por dentro das narinas).
Às vezes, também é necessário realizar uma citologia ou biopsia das narinas.
Para tratamento, muitas vezes é necessário uso de anti-inflamatórios ou antibióticos, limpeza das narinas com soro fisiológico, antifúngicos, umidificantes de ambientes e, no caso de tumores dentro das narinas, deve-se avaliar a possibilidade de remoção cirúrgica.
RINOTRAQUEÍTE VIRAL FELINA- HERPESVÍRUS FELINO
O herpesvírus felino tipo 1 (FHV-1) é um DNA vírus (fita dupla) envelopado, pertencente à sub-família Alphaherpesvirinae.
Tem sido comumente associada à doença do trata respiratório anterior de gatos, particularmente em filhotes.
Causa infecção aguda com tropismo por tecido termolábil , principalmente o epitélio nasal, traqueal e epitélio da córnea.
Durante a infecção aguda, o vírus atinge os neurônios do gânglio trigeminal, podendo ficar em latência neste sítio. O mecanismo de latência não envolve replicação viral no gânglio.
Aproximadamente 90% dos animais que sofreram infecção herpética tornam-se carreadores do vírus por toda a vida, tendo papel fundamental na perpetuação da infecção por meio do mecanismo de reativação viral.
Esta reativação pode ser induzida por estresse, prenhez/lactação, mudança de hábitos/rotina, introdução de um novo gato ou uso de corticóides.
Após a infecção primária, o vírus é liberado por secreções nasais, orofaríngeas e oculares pelo período de uma a três semanas.
Pelo fato de ser um vírus envelopado, este não sobrevive por muito tempo no ambiente, sendo necessário o contato direto com um animal infectado ou via aerossol, para a perpetuação do ciclo viral (fato que explica a grande prevalência em ambientes superpopulosos).
A contaminação por meio de fômites é menos comum.
A sintomatologia clínica determinada pela infecção pelo FHV-1 depende de inúmeros fatores.
A maioria dos animais primo-infectados é jovem, com o vírus rapidamente se replicando em células epiteliais das conchas nasais, traqueia e conjuntiva, e com posterior migração para o gânglio trigeminal.
A infecção aguda gera lise epitelial, com necrose local e exsudação, propiciando infecção bacteriana secundária.
As principais manifestações clínicas são:
- febre,
- anorexia,
- prostração,
- esternutação,
- secreção nasal (inicia-se mucoide e evolui para purulenta),
- quemose,
- blefaroespasmo,
- secreção ocular,
- tosse.
Manifestações menos comuns incluem ulceração oral, gengivite/estomatite, dermatite facial e alterações neurológicas (raro). Úlceras de córnea, ceratite estromal e sequestro de córnea são manifestações oculares descritas com relativa prevalência.
O prognóstico em geral, as perspectivas quanto à infecção pelo FHV-1 são bastante animadoras, uma vez que a mortalidade ligada ao agente é relativamente baixa, à exceção de gatinhos jovens.
A profilaxia deve ser realizada com programas estratégicos de vacinação, correção do manejo higiênico-sanitário e isolamento de animais portadores.
Referência Bibliográfica:
Agener União. Boletim Pet. Volume 03/2015.
SARNA OTODÉCICA / SARNA DA ORELHA
A infestação por Otodectes cynotis é denominada otocaríase ou sarna otodécica.
Doença causada pela infestação de Otodectes cynotis, um ácaro psoróptico (não escavador), essa denominação ocorre em razão de todo o seu ciclo e atividades ocorrerem na superfície da epiderme do conduto auditivo dos animais infectados (cães e gatos).
O ácaro se alimenta de fluidos teciduais e resíduos epidérmicos através de lesões que infringe na epiderme do conduto auditivo do hospedeiro.
Na busca intensa por alimento, o ácaro O. cynotis causa irritação e prurido intenso que é a principal queixa do tutor em relação aos sinais clínicos da sarna otodécica.
Tais alterações podem favorecer o aumento da colonização de microrganismos que habitam naturalmente no conduto auditivo, como a levedura Malassezia pachidermatis, contribuindo para o agravo da sarna otodécica, o ácaro também pode causar infecção do canal auditivo externo e pode desencadear reações alérgicas.
A sarna otodécica é extremamente comum em animais jovens.
A transmissão ocorre por contato direto com animais infectados.
Nota-se acúmulo discreto a acentuado de exsudato ceruminoso ou crostoso de coloração marrom-escura a preta nos condutos auditivos.
Movimentos de agitação da cabeça podem resultar em oto-hematoma.
Identificação de Otodectes cynotis
Ciclo de vida do O. cynotis (Fonte: http://vetlab.blogspot.com)
Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003
SARNA SARCÓPTICA / ESCABIOSE CANINA
Doença causada por Sarcoptes scabiei var. canis que provoca escavação superficial da pele.
O parasita produz substâncias alergênicas responsáveis por reação de hipersensibilidade intensamente pruriginosa em cães sensibilizados.
Altamente contagiosa e dolorosa para cães.
Pode causar intenso prurido, alopecia, autotraumatismo, enrugamento e espessamento da pele. A coceira e as lesões de pele podem se espalhar por todo o corpo do animal. Pode ocorrer perda de peso e debilidade secundária.
A sarna sarcóptica pode ser transmitida às pessoas.
Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. Ano 2003.
SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA
O aumento na expectativa de vida em cães e gatos apresenta novos desafios à medicina veterinária.Cuidados especiais com o paciente geriatra, garantindo sua saúde e bem-estar, cada vez mais se tornam uma realidade na clínica de pequenos animais.
Quando pensamos em geriatria, logo associamos esse período a alterações físicas, provenientes da redução nas funções fisiológicas, depressão do sistema imune e degenerações orgânicas.
No entanto, cães e gatos podem demonstrar alterações comportamentais paralelas às mudanças físicas.
A SDC é uma desordem neurodegenerativa progressiva com deterioração gradual de funções cognitivas, que não podem ser atribuídas completamente a condições médicas ou as disfunções sensoriais/motoras relacionadas ao envelhecimento.
A SDC pode ser sendo comparada à doença de Alzheimer em humanos. Onde ocorre a deposição amilóide em placas, levando a morte dos neurônios.
Os sinais mais comuns da SDC são:
- Desorientação – o animal fica confuso em ambientes familiares ex; tenta sair pelo lado errado da porta, não consegue sair sozinho de um canto, se perde dentro de casa
- Mudanças na interação com humanos ou outros animais: declínio nas brincadeiras, irritabilidade, menor afeição.
- Alteração no ciclo do sono e vigília: o animal dorme durante o dia e passa a noite acordado, podendo vocalizar, perambular e acordar o proprietário.
- Perda do treinamento, inclusive o higiênico: o animal desaprende, não sabe mais onde deve urinar e defecar e não responde mais os comandos.
- Alteração do nível de atividades: menor interesse em exploração, estado de inatividade geral. Em alguns casos, ocorre o oposto, com grande aumento na atividade, perambulação e desenvolvimento de comportamentos compulsivos.
- Além disso, pode ocorrer aumento da ansiedade, alterações de apetite, redução nos cuidados coma higiene, aumento da vocalização, intolerância ao exercício, surgimento de novos medos e fobias e comportamentos destrutivos.
O diagnóstico é realizado por exclusão de outros processos patológicos crônicos e sistêmicos, através de um criterioso exame clínico e exames complementares, como por exemplo tumores cerebrais.
Sabemos que com a velhice aparecem os problemas renais, cardíacos, oculares, dentre outros e com eles a SDC.
A severidade também é variável em cada animal, nem todos sintomas vão se manifestar ao mesmo tempo, mas algum sintoma desse acrônimo abaixo 60% dos cães/gatos acabam apresentando.
- D (desorientation)
- I (social interaction)
- S (alteraction sleep – awake – cycle)
- H (house soiling)
- A (activity)
- L (learning and memory)
Os objetivos do tratamento da SDC, são reverter a progressão da doença e repor os níveis de neurotransmissores ou facilitar seu metabolismo.
Como em toda doença neurodegenerativa progressiva, quanto antes for realizada uma intervenção, melhor o prognóstico.
Dicas:
- Manter uma rotina de atividades consistente, tanto com os caninos como com os felinos
- Rotina de interação com o tutor
- Prevenir estresse e ansiedade
- Manter uma comunicação clara e consistente
- Facilitar acesso e locomoção
- Enriquecimento cognitivo
Não existe diagnóstico definitivo, somente pós mortem com histopatologia cerebral.
Referência Bibliográfica: Labyes. Envelhecimento em cães e gatos. Dra Joice Peruzzi
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA VIRAL FELINA (FIV)
É causada por retrovírus envelopado do grupo dos um Lentivírus.
Conhecida como AIDS Felina
Ambos são transmitidos por contato direto,como lambeduras e mordidas,mas também através da amamentação, por via placentária e transfusões sanguíneas.
Os gatos podem ser soropositivos muito tempo antes de aparecerem sinais clínicos.
A doença cursa em três estágios: agudo inicial, latente assintomático e crônico terminal
Sinal cínico é uma linfadenomegalia periférica generalizada, febre, apatia, neutropenia absoluta
SÍNDROME DO OVÁRIO REMANESCENTE
Presença de sinais clínicos que indicam função ovariana ativa em cadelas previamente submetidas a ovário-histerectomia.
Ocorre devido à permanência de um fragmento ovariano após a ovário-histerectomia, que por sua vez, sofre revascularização e torna-se novamente funcional. Apresentando foliculogênese e produção de estrogênio.
O animal apresenta sinais de função ovariana, como ocorrência de proestro/estro e pseudogestação.
A retirada do do tecido é indicada e para melhor visualização é quando a fêmea estiver no estro ou copos lúteos (logo após a ovulação).
TÉTANO
*Causado por uma potente neurotoxina produzida pelo crescimento do Clostridium tetani
*A doença se estabelece ao penetrarem os esporos em ferimentos pérfuro-lacerados.
*Sinais Clínicos:
- história de ferimentos recente
- hipertemia pela contração excessiva dos músculos
- postura cavalete e membros esticados (auge tétano localizado)
- deambulação rígida e a cauda fica esticada ou virada para cima
- sinais faciais como protusão 3ª pálpebra, enoftalmia, orelhas eretas, lábios repuxados – riso sardônico, testa enrugada.
TOXOPLASMOSE
A toxoplasmose é uma zoonose comum em animais de sangue quente, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, parasita intracelular obrigatório.
Os felídeos são os hospedeiros definitivos, enquanto o ser humano e outros animais são considerados hospedeiros intermediários ou incompletos.
Atualmente, sabe-se que os felídeos são os únicos hospedeiros definitivos nos quais ocorre a reprodução sexuada nos enterócitos, com formação de gametas masculinos e femininos, os quais, após fusão, formam zigotos, e em seguida , os oocistos, que são carreados para o meio ambiente com as fezes.
No meio ambiente em condições ideias de temperatura e umidade, ocorre o processo de esporulação dos oocistos, que os torna infectantes.
Contaminam água, pastagens, plantações ou areia, elementos estes que atuam como via de transmissão ao ser humano e a outros animais, principalmente herbívoros.
A infecção pelo T. gondii tem distribuição mundial e é uma das zoonose parasitárias mais frequentes no ser humano.
A via oral é a principal porta de entrada do parasito, os carnívoros adquirem a infecção pela ingestão de cistos teciduais em carne crua ou malcozida de animais infectados ou plea ingestão do oocistos esporulados que existem no meio ambiente ou por via transplacentária.
As manifestações clínicas nos cães forma descritas como síndromes de toxoplasmose, a radiculoneurite em cães com menos 3 meses; lesão do sistema nervoso central (SNC) em filhotes com mais de 4 meses; e infecção generalizada em cães com 7 meses a 12 meses de idade.
As manifestações em felinos são anorexia, letargia, icterícia, febre, pneumonia (dispneia ou taquipneia acompanhada de estertor bronqueal difuso bilateral), dor e desconforto abdominais (devido hepatite ou pancreatite), encefalite (cegueira, distúrbios comportamentais, andar em círculos) e lesões oculares. A doença normalmente é grave e pode progredir para o óbito do animal em casos não responsivos ao tratamento.
O tratamento da toxoplasmose é indicado para controlar a infecção por taquizoítos e para a diminuição dos sintomas.
A prevenção da toxoplasmose animal requer conhecimento preciso da cadeia epidemiológica da doença, com o estabelecimento exato da possível fonte de infecção,a qual pode estar representada por pássaros, roedores e felídeos, e as vias de transmissão, representadas por água, solo e alimentos contaminados.
Fonte: Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Parte 10. Cap. 78. Vol. 1.
TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA CANINA
É uma doença de grande prevalência, transmitida em qualquer ambiente, com ampla distribuição mundial e vários agentes etiológicos envolvidos. Cães adultos e, principalmente, filhotes e cães idosos estão sob risco contínuo de exposição.
SITUAÇÕES DE RISCO
- contato direito com outros cães
- visita a clínicas veterinárias, pet-shops e banho e tosa
- permanência em hotéis
- exposições de raças e provas de agility
- mudanças bruscas de temperatura
Apoio: Zoetis
TRICOBEZOAR
Também chamado de bola de pelo, pilobezoários, ou pilobezoares é o acúmulo de pêlos ou cabelos dentro do estômago, que formam uma massa sólida, por não serem digeríveis.
As bolas de pelo eliminadas por meio da êmese, embora sejam comumente adotadas como “normais” em gatos, em muitos casoso sinalizam alterações de lambedura excessiva (alterações dermatológicas ou psicogenias) ou hipomotilidade gastrintestinal.
Fonte: Agener União. Volume 06.2015
TUMORES MAMÁRIOS
Nos dias de hoje ainda existe a dúvida se devemos ou não castrar nossos Pets?
Uma grande justificativa para as campanhas de castração é evitar a superpopulação de cães e gatos sem donos, gerando o abandono.
Mas dentre as vantagens de realizar o procedimento de castração (ovariohisterectomia – OVH) é com certeza evitar em 90% o aparecimento de tumores mamários.
Os tumores de mama são os neoplasmas mais frequentes em fêmeas caninas e representam um sério problema de saúde em cães no mundo todo, enquanto em gatas é o terceiro tipo de tumor mais diagnosticado.
São mais comuns em animais com média etária de 10 anos – 12 anos.
Os tumores mamários são raros em machos ou em animais jovens de ambos os sexos.
A etiologia dos neoplasmas mamários é multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos, ambientais, nutricionais e hormonais.
A castração antes do primeiro cio estral é a melhor forma de prevenção ou diminuição da incidência dos neoplasmas mamários em cadelas e gatas,ou seja, é altamente protetora contra o aparecimento de tumores de mama.
Estudos demostram que o procedimento realizado até os 2,5 anos de idade ainda traz grandes benefícios.
Bem como a não utilização de contraceptivos orais, pois esses progestágenos utilizados para suprimir o estro promovem alterações hiperplásicas e neoplásicas nas glândulas mamárias de gatas e cadelas.
A incidência de tumores malignos nas fêmeas caninas é de aproximadamente 70% e os carcinomas de diversos subtipos são os tumores mais prevalentes.
Nas gatas cerca de 80% a 90% dos tumores são malignos.
Nas cadelas, quando malignos, ou tumores podem se disseminar para sítios metastáticos como linfonodos regionais e pulmão, com menor frequência para figado, rins, osso, pele, cérebro e glândula adrenal.
Nos felinos, ocorrem em cerca de 50% a 90% dos casos e os locais afetados são os linfonodos regionais, pulmão, figado e pleura.
Os tumores de mama em geral são discretos, firmes e nodulares, podendo ocorrer em qualquer região da cadeia mamária.
O tamanho é bastante variável, podendo ter alguns milímetros a vários centímetros de diâmetro.
Em mais de metade dos casos há acometimento de múltiplas glândulas.
O tumor pode aderir a pele, mas raras vezes à parede do corpo.
É comum espremer secreção anormal pelos mamilos das glândulas acometidas, os linfonodos regionais ( axilar e inguinal) podem estar aumentados se tiver ocorrido metástase.
O diagnóstico dos tumores mamários é feito através do histórico, exame físico geral do paciente e exame especifico das cadeias mamárias através de minuciosa inspeção e palpação individual das mamas.
As cadelas apresentam normalmente cinco pares de glândulas mamárias, no entanto, o seu número pode variar de quatro a seis pares:
- torácicas cranial e caudal (M1 e M2),
- abdominais cranial e caudal (M3 eM4),
- inguinal (M5)
As gatas comumente estão presentes quatro pares de glândulas mamárias:
- torácicas cranial e caudal (M1 e M2),
- abdominais cranial e caudal (M3 eM4),
A palpação dos linfonodos sempre deve ser realizada, principalmente os axilares, cervicais superficiais, inguinais e poplíteos.
Exames de citologia, biopsia e imagem são sugeridos para pesquisa de metástases.
O tratamento da neoplasia mamária é a excisão cirúrgica de todo o tecido anormal; com exceção do carcinoma inflamatório.
Técnica de escolha deve ser baseada no tamanho tumoral, estadiamento clínico, drenagem linfática e localização do tumor.
O nome da do procedimento é Mastectomia, podendo ser:
- mastectomia simples;
- mastectomia regional;
- mastectomia radical uni ou bilateral.
Mas, a castração tem o lado positivo e o lado negativo.
Vale lembrar que para algumas raças, a castração precoce pode implicar no aumento da incidência de doenças ósseas, musculares, determinados neoplasmas como osteossarcoma, hemangiossarcoma, linfoma e mastocitoma cutâneo, sendo assim a realização da ovariohisterectomia – OVH, entre o segundo e terceiro cio,pode ser a escolha mais segura.
Outras ressalvas quanto a castração precoce são : pode predispor a episódios repetidos de cistite e vulvo-vaginite; incontinência urinária; deixar as fêmeas menos ativas; predisposição a obesidade; alteração da textura da pelagem; mais irritadiças; alterar a aparência quando adulta.
Converse sempre com seu Médico Veterinário, tire todas suas dúvidas, não banalize o procedimento cirúrgico.
Referência Bibliográfica:
Richard W. Nelson; C. Guillermo Couto. Medicina Interna de Pequenos Animais. Segunda Edição. Editora Guanabara Koogan S.A, 1992.
Boletim Pet; Volume 04 / 2017 – Agener União. Saúde Animal.
UROLITÍASE
O termo urolitíase refere-se às causas e efeitos da presença de precipitados minerais macroscópicos em qualquer segmento do trato urinário (rins, ureteres, vesícula urinária e uretra).
O urólito é uma concreção organizada encontrada no trato urinário e que contém primariamente cristaloides orgânicos e inorgânicos e quantidades muito pequenas de matriz orgânica.
Cálculo é um termo geral que se refere às concentrações sólidas formadas nos ductos dos órgãos ocos, que são formados a partir da aglomeração de um ou mais tipos de cristais.
Os cristais urinários se formam quando a urina está supersaturada por grandes concentrações de minerais, que precipitam secundariamente a fatores predisponentes relacionados ao indivíduo, aos seus hábitos alimentares, entre outros.
Muitas vezes é possível palpar urólitos na bexiga e na uretra durante exames abdominais ou retais, mas a inflamação e espessamento da parede podem obscurecer a presença de pequenos urólitos.
Embora as causas não estejam bem estabelecidas, sabe-se que a enfermidade decorre da interação de diversos fatores familiares, congênitos e adquiridos.
Essa interação aumenta o risco de precipitação de metabólitos sob a forma de cristais na urina, fator primordial da formação dos urólitos.
A formação dos urólitos é influenciada por diversos fatores, sendo que apenas alguns são conhecidos.
- raça,
- sexo,
- idade,
- pH urinário,
- anormalidades anatômicas e de metabolismo,
- infecções urinárias,
- características da dieta.
A administração de determinadas drogas como alcalinizantes ou acidificantes de urina, corticosteróides e quimioterápicos também pode contribuir para a formação e desenvolvimento de concreções urinárias.
Os urólitos são classificados e denominados de acordo com a sua composição mineral, considerando o mineral que constitui mais de 70% da sua composição.
Os sinais clínicos podemos citar:
- disúria, (dor, queimação, ardência ou desconforto durante ou após o ato de urinar.)
- estrangúria, (micção, emissão lenta e dolorosa da urina.)
- polaciúria, (aumento do número de micções com diminuição do volume da urina, ou seja, urinar pouca quantidade muitas vezes ao dia)
- hematúria. (presença anormal de eritrócitos (hemácias) na urina)
- oligodipsia, (baixa/diminuição na ingestão de água)
- polidipsia, (excessiva sensação de sede)
- adipsia (ausência de sede)
Dependendo do tipo de urólito, este pode proporcionar lesões na parede da vesícula, ocasionando a hematúria, em alguns casos, pode estar associado a infecção bacteriana.
Em alguns animais, pode ser identificado a presença de odor fétido e pode ocorrer incontinência urinária
O diagnóstico da urolitíase é realizado com base em sinais clínicos associados a exames laboratoriais e de imagem como radiografia (simples ou contrastada) e ultrassonografia, palpação direta ou indireta com o uso de cateter uretral e, em alguns casos, pela eliminação de pequenos urólitos durante a micção.
Os urólitos de oxalato de cálcio e estruvita são os de maior radiopacidades, e os de urato são relativamente radiotransparentes, e os de silicatos e cistina têm radiodensidade intermediária.
O prognóstico dos animais acometidos por urólitos pode variar de favorável, moderado a sombrio, com base nesta classificação, o prognóstico pode variar devido ao tamanho do cálculo, local onde este se encontra e a clínica do paciente.
Quando os urólitos são identificados precocemente, é indicado a alteração da dieta deste paciente, fatores que aumentem a ingestão de água pelo animal, o controle do pH da urina desse paciente para proporcionar um ambiente que promova a dissolução destes cristais, assim com a utilização de medicamentos que promovam a diluição destes cálculos, já em casos mais graves, é recomendado a realização de cirurgia para a remoção desses cálculos.
A cirurgia só é indicada em casos onde houve insucesso na dissolução destes cálculos, ou então, principalmente quando ocorre a obstrução dos ureteres ou da uretra. Antibióticos e anti-inflamatórios são indicados nos casos onde há infecções bacterianas e caso o animal apresente dor ao urinar.
Tipos de urólitos
Cálculo de Estruvita:
A estruvita ou fosfato de amônio magnesiano é historicamente o mineral mais frequentemente encontrado nos urólitos caninos.
A grande maioria dos urólitos de estruvita se forma na bexiga.
Na espécie canina, infecções do trato urinário por bactérias produtoras de urease estão intimamente relacionadas à urolitíase por estruvita.
Urina com pH alcalino e com cristais de magnésio e fósforo predispõe a formação de urolitíase por estruvita.
As fêmeas de cães são mais predispostas à formação de cálculos de estruvita que os machos, pois são também mais suscetíveis às infecções urinárias devido às características anatômicas da uretra feminina, que possui lúmen mais largo e curto, o que facilita a entrada de bactérias no trato urinário de maneira ascendente . Já nos gatos não há predisposição sexual.
O controle de infecções urinárias, também auxilia na prevenção da ocorrência ou recorrência desse tipo de urólito.
No caso do uso de dietas acidificantes, é importante que se faça o monitoramento da cristalúria do animal.
Se houver cristalúria persistente, há o risco de induzir a formação de cálculos de oxalato de cálcio, pois os fatores que levam à formação de ambos os tipos de cálculos são opostos.
Às vezes, pode ocorrer a deposição de cristais de oxalato de cálcio sobre urólito de estruvita, o que impede sua dissolução.Raças com maior predisposição: Schnauzer miniatura, Bichon Frise, Shithtzu, Lhasa Apso, Yorkshire Terrier
Cálculo de Oxalato de Cálcio:
Os cálculos de oxalato são normalmente de cor branca e muito duros. Eles muitas vezes têm conchas, bordas irregulares e podem ser únicos ou múltiplos.
São encontrados na bexiga e na uretra, mas também são o tipo mais comum de urólito encontrado nos rins e ureteres.
Nos cálculos urinários, o oxalato de cálcio pode se encontrar sob as formas monohidratada, mais comum nos cães, e dihidratada, menos comum .
Os cálculos de oxalato de cálcio são, historicamente, o segundo tipo de urólito mais frequente nos cães e a taxa de recorrência da urolitíase por oxalato de cálcio é alta.
Urina com pH ácido e com presença de cristais de cálcio e oxalato predispõe a formação de urolitíase por oxalato de cálcio .
A acidose associada à dieta acidificante ou acidificantes urinários também podem levar à hipercalciúria e formação de urólitos de oxalato de cálcio.
Cálculos de oxalato de cálcio são mais frequentes nos machos que nas fêmeas, tanto nos caninos e felinos.
A urolitíase por oxalato se desenvolve principalmente em cães de raças pequenas.
A probabilidade de formação dos cálculos de oxalato de cálcio aumenta com a idade do animal, por essa razão a ocorrência de cálculos de oxalato de cálcio se dá em animais mais velhos que aqueles que desenvolvem urólitos de estruvita.
Os urólitos de oxalato de cálcio, uma vez formados, não podem ser dissolvidos.Raças com maior predisposição: Schnauzer miniatura, Bichon Frise, Shithtzu, Lhasa Apso, Yorkshire Terrier / Gatos Persas e Himalayan.
Cálculo de Urato:
Os cálculos de uratos são pequenos, quebradiços, esféricos e com laminações concêntricas.
São encontrados mais frequentemente na bexiga e ureta.
Os animais que desenvolvem cálculos de urato geralmente não apresentam cristalúria.
Em cães com shunts portossistêmicos, alterações hepáticas graves ou alterações metabólicas, a degradação das purinas não se completa e há aumento da excreção de ácido úrico, o que ocorre devido à deficiência da enzima ácido úrico oxidase, sintetizada no fígado.
A raça Dálmata é a mais frequentemente afetada pela urolitíase de urato e, por esta razão, os urólitos mais frequentes nesta raça são constituídos por urato.
Cães machos são mais predispostos a urolitíase por urato do que fêmeas. Não há predisposição etária.
Urólitos de urato de amônio são passíveis de dissolução.
O alopurinol também pode ser usado na terapia de dissolução. São indicados tratamentos dietético-profiláticos em cães com alta probabilidade de recorrência de calculose e urato.
O alopurinol inibe a conversão de xantina em ácido úrico, no entanto, é importante lembrar que a xantina também pode se precipitar e formar urólitos, ou mesmo uma camada de deposição de xantina sobre o urólito de urato.
Para evitar esse problema, é necessário associar o uso do alopurinol à redução da quantidade de purina na dieta. Portanto,o uso prolongado de alopurinol, como forma de profilaxia, deve ser evitado.Raças com maior predisposição: Dálmatas e Bulldogues ingleses
Cálculo de Sílica:
Cálculos de sílica são cinza-esbranquiçados ou acastanhados e usualmente múltiplos em número.
Normalmente encontrados na bexiga e na uretra dos cães acometidos
Urolitíase de silicato é incomum em cães e extremamente rara em gatos.
Esses cálculos são compostos primeiramente por sílica, mas pequenas quantidades de outros minerais também podem estar presentes, como a estruvita.
Parece haver ligação entre a formação desses urólitos com o consumo de grandes quantidades de glúten de milho ou de casca de soja, alimentos que contém bastante quantidade de silicato e são utilizados na industrialização de rações para
cães.
Recorrências de urolitíase por sílica são incomuns.Raças com maior predisposição: German Shepherds, Old English Sheepdog
Cálculo de Cistina:
Cálculos de cistina são compostos inteiramente por cistina.
São pequenos, esféricos, e podem ser amarelo-claros, marrons ou verdes.
Ocorrem mais comumente na bexiga e na uretra e são normalmente múltiplos.
Cálculos de cistina são incomuns em cães e gatos.
A cistinúria é um distúrbio hereditário do transporte tubular renal envolvendo a cistina ou a cistina mais outros aminoácidos ( ornitina, arginina e lisina) e está relacionado a formação dos urólitos de cistina, entretanto nem todos os cães com cistinúria desenvolvem os urólitos, portanto a cistinúria se torna um fator predisponente, e não um fator causal primário.Raças com maior predisposição: Bulldog Inglês, Newfoundland, Dachshund, Irish Terrier, Basset Hond, Bullmastiff, Rottweiler
Cálculo de Fosfato de Cálcio:
O fosfato de cálcio nos cálculos pode estar nas formas de carbonato apatita, hidroxilapatita e brushita.
Os fatores que aumentam o risco de um paciente desenvolver urólitos com esse composto são urina alcalina, excreção aumentada de fosfato e cálcio na urina e infecções urinárias por bactérias produtoras de urease. Essas bactérias hidrolisam a ureia em amônia e carbamato que entra na composição dos cálculos de fosfato de cálcio.
Causas que levam à hipercalcemia, como neoplasias, intoxicação por vitamina D e excesso de cálcio na dieta também podem predispor a esse tipo de urolitíase .
Urólitos simples de fosfato de cálcio são pouco frequentes, mas esse mineral está constantemente associado à estruvita em cálculos compostos e mistos.Cálculo de Xantina:
A xantina é produzida no metabolismo das purinas.
Ela é convertida em ácido úrico pela ação da enzima xantina oxidase.
Animais com xantinúria hereditária possuem deficiência dessa enzima e, nesses casos, a formação espontânea de urólitos por esse metabólito pode ocorrer, embora seja mais rara.
Os urólitos de xantina também podem ser iatrogênicos provocados pelo uso de alopurinol para tratamento de urolitíase por urato ou de leishmaniose.
Com o uso do alopurinol, as concentrações urinárias de urato diminuem, mas os de xantina aumentam.
Dessa forma reforça-se a indicação de que altas doses de alopurinol ou sua prescrição por tempo prolongado não são recomendadas.
Cálculos urinários de xantina são insolúveis, ocorrem mais em machos mas são pouco freqüentes nos cães.Referência Bibliográfica:
Richard W. Nelson , C. Guilhermo Couto. Medicina Interna de Pequenos Animais. R.J: Guanabara Koogan SA, 1992.
Dennis J. Chew. Urologia e Nefrologia Do Cão e Do Gato. R.j: WM Design.
https://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/Dissertacao2014_Paula_Costa.pdf _ Universidade Federal Goiás – escola de Veterinária e Zootecnia – Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal.
http://portalvet.royalcanin.com.br/
https://www.revistanossoclinico.com.br/urolitiase-em-animais-de-pequeno-porte/
VAGINITE INFANTIL
A vaginite canina é uma inflamação da vagina, que acontece em cadelas sexualmente intactas ou castradas.
Esta afecção ocorre comumente nas cadelas com menos de 1 ano de idade.
A causa da inflamação vaginal é inespecífica, e ela geralmente se resolve espontaneamente após o primeiro ciclo estral.
Sinais clínicos:
Os animais com vaginite são geralmente apresentados por descarga vaginal e/ou lambedura excessiva da vulva.
Tratamento:
Geralmente não exige nenhum tratamento específico; a afecção se resolve após o primeiro estro.
VERMINOSE EM CÃES
Os parasitas intestinais dos cães, popularmente conhecidos como vermes, estão entre os agentes patogênicos mais encontrados em animais de companhia e constituem uma das principais causas de transtornos intestinais em cães.
Em cães a prevalência de verminoses gastrintestinais é elevada, sendo que os animais mais jovens são mais suscetíveis e apresentam manifestações clínicas mais graves.
O aparecimento de vermes em cães acontece por meio da transmissão por terra ou água contaminados. Assim que ingeridos pelos pets, os parasitas se alojam em intestinos, rins, fígado e coração dos animais e podem ser transmitidos aos humanos.
Mesmo que o pet seja vermifugado corretamente, ele sempre está suscetível a novas infestações ao passar por determinadas situações. Como por exemplo, frequentar lugares com grande fluxo de animais, como parques, creches ou canis; ou ingerir as próprias fezes ou as fezes de outros animais (coprofagia); não ter controle de ectoparasitas, como as pulgas; bem como quando viajamos para outros lugares com nossos pets, exempo região litorânea.
VERMES CHATOS (CESTÓDEOS):
Pertence ao filo Platyhelminthes e a classe Cestoda.
O ciclo de vida de todos os cestódeos (vermes em fita) caracteriza-se por 3 etapas — ovos, larvas e fase adulta. Os adultos habitam os intestinos de hospedeiros definitivos, mamíferos carnívoros.
- Taenia multiceps/pisiformis/ovis/taeniaeformis/hydatigena: A tênia é um parasita do grupo cestoda (vermes achatados ou verdadeiros), que causa um grande impacto na saúde dos canídeos e dos humanos, já que algumas espécies podem causar zoonoses. As tênias pertencentes ao gênero Taenia são comuns em cães que têm acesso a carne crua.
- Dipylidium caninum: Pertence a um grupo de parasitas conhecidos como os “vermes chatos” ou Tênias. É o verme chato mais abundante em cães e gatos. Este parasita atinge os animais de estimação através das pulgas. Quando a parasitose está instalada, é comum ver parasitas adultos em torno da cauda como “grãos de arroz” e que o animal raspe a área contra o solo.
- Echinococcus granulosus/multilocularis: É uma espécie de platelminto cestódeo da família Taeniidae. Os adultos parasitam o intestino delgado de canídeos, e as larvas utilizam como hospedeiro intermediário animais herbívoros, como ovelhas e bois, além do homem, causando o cisto hidático
VERMES REDONDOS (NEMATÓDEOS):
Pertence ao filo Nemathelminthes.
Os parasitas pertencentes a este filo apresentam corpo cilíndrico, alongado e não-segmentado, popularmente são conhecidos como “vermes redondos”.
Esta é a classe de maior destaque entre os helmintos devido a sua patogenicidade e ampla distribuição geográfica.
- Ancylostoma braziliense/caninum: São vermes redondos, cujas larvas atingem o cachorro através do leite materno e são conhecidos como vermes “gancho”, já que se fixam firmemente nas paredes do intestino, ocasionando dor e podendo gerar sangramento que vai ser mais ou menos graves, de acordo com a quantidade de parasitas e as condições gerais do cachorro. Eles produzem anemias importantes, que podem colocar em risco a vida do filhote, especialmente se combinadas com outras doenças simultaneamente. A forma mais importante em que o Ancylostoma penetra no organismo é através da pele e, portanto, tanto os filhotes quanto os adultos devem ser vermifugados regularmente para reduzir o risco da coccidiose.
- Toxocara canis/leonina: É um nematódeo, comumente encontrado parasitando cães e outros canídeos. Os animais são infectados quando ingerem ovos contendo larvas infectantes. Toxocara canis afeta principalmente filhotes, que produzem sinais de enterite. Toxocara canis é zoonótico. O parasita adulto habita o intestino delgado do hospedeiro e alimenta-se de substâncias líquidas do quimo. O quimo é misturado ao suco entérico, um líquido que contém enteroquinases (transforma o tripsinogênio em tripsina), peptidases (finalizam a digestão de proteínas) e carboidrases (digestão de dissacarídeos.
- Trichuris vulpis: A Tricuríase é uma doença parasitária que acomete cães e gatos. Verme conhecido como Verme-chicote. A infecção pode se apresentar assintomática ou levar a uma diarreia sanguinolenta e inflamação do intestino grosso. Os cães são infectados quando ingerem ovos infectantes. Podem ocorrer anorexia, perda de peso, cólica e anemia.
- Ascaris lumbricoides : Eles são os vermes redondos mais frequentes. De fato, os filhotes já podem nascer infestados por esses parasitas, uma vez que as larvas têm a capacidade de passar da mãe para o filhote através da placenta e, quando o filhote nasce, continuam a passar pelo leite materno.
- Uncinaria stenocephala: é um nematóide que parasita cães, gatos e raposas, além de humanos. É raro encontrar em gatos nos Estados Unidos. Uncinaria stenocephala é o ancilóstomo canino mais comum em regiões mais frias, como o Canadá e as regiões norte dos EUA, onde pode ser encontrado principalmente em raposas.
Sintomas da verminose
Os sintomas dependem de fatores como idade do animal, tipo de parasita e grau de contaminação.
Cães com parasitoses gastrointestinais sofrem ação irritante e espoliativa dos helmintos que causam anorexia, diarreia, vômito e retardo no crescimento.
Também, levam o organismo a um quadro de imunossupressão que contribui para o aparecimento de processos de natureza infecciosa de origem bacteriana e viral.
Nem todo verme é visto a olho nu, apenas dois são possíveis: lombrigas e tênias.
Então, fezes com sangue; fezes com consistência pastosa e cheiro mais forte; perda de peso; fraqueza; falta de apetite, podem ser indicativos de verminose.
As verminoses apresentam uma grande importância para a saúde pública devido ao alto potencial em causar doenças em humanos, as chamadas zoonoses.
Sabe-se, que:
- Parasitas de diversas espécies do gênero Ancylostoma spp. causam em humanos uma zoonose conhecida como Larva migrans cutânea, popularmente chamada de bicho geográfico;
- O toxocora, toxocaríase, causa 2 síndromes principais: larva migrans visceral (que causa vários sintomas dependendo do órgão infectado) e larva migrans ocular (que geralmente não causa nenhum sintoma ou sintomas leves, mas pode resultar em comprometimento ou perda da visão).
- O Dipylidium caninum, que provoca a dipilidiose em cães, apesar de não causar lesões graves pode também acometer o homem.
O protocolo de vermifugação deverá ser realizado de acordo com recomendação do médico-veterinário.
O aconselhável é uma dose de reforço 15 dias após cada vermifugação e a repetição do protocolo deverá ser realizada a cada 6 meses, 4 meses ou 3 meses, dependendo do ambiente (“desafio”) onde o animal vive.
Porque é Importante realizar exame de fezes?
O exame parasitológico de fezes (EPF) deve ser realizado quando os animais apresentarem palidez nas gengivas; anemia; diarréia com aspecto sangrento, escuro ou pegajoso; fraqueza, perda de peso e morte súbita nos filhotes; prurido (coceira) perianal. A importância do exame está em identificar precocemente o tipo de parasito que está acometendo o animal e realizar um tratamento eficiente.
Devemos educar os proprietários de cães com relação aos potenciais riscos do controle inadequado de parasitos nesses animais, pois muitos parasitos são zoonóticos e podem afetar especialmente crianças pequenas e indivíduos imunocomprometidos.
Manter sempre as boas práticas de higiene, lavagem das mãos, uso de calçados ao ar livre, remoção rápida de fezes de cães no seu pátio, assim como orecolheminto das mesmas quando se passeia em parques e praças.Fonte:
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VERMINOSE EM GATOS
As verminoses são doenças causadas por parasitas que se alojam no organismo dos animais e também de humanos.
Podem ser identificados no intestino, estômago, esôfago, coração, pulmão e rins.
Existem vários tipos de vermes que causam as verminoses.
VERMES REDONDOS (NEMATÓDEOS):
Pertence ao filo Nemathelminthes.
- Ancylostoma caninum/braxiliense/tubaeforme
- Toxoara cati/leonina
Os parasitas pertencentes a este filo apresentam corpo cilíndrico, alongado e não-segmentado, popularmente são conhecidos como “vermes redondos”.
A lombriga mais comum á a Toxocara cati, e a contaminação, na maioria das vezes, ocorre entre a mãe e o filho, ainda no útero.
O Ancylostoma spp, é o causador do ancilostomose, a contaminação pode ocorrer ainda dentro do útero. Outras formas incluem conviver com um pet contaminado e passear em locais públicos. O ancilóstomo se aloja no intestino e passa a se alimentar do sangue do felino, causando diferentes complicações em seu organismo.
VERMES CHATOS (CESTÓDEOS):
Pertence ao filo Platyhelminthes e a classe Cestoda.
- Dipylidium caninum, apesar de ser conhecida como tênia canina, também pode atacar os gatos.
- Taenia spp
- Echinococcus spp
- Mesocestoides corti
O ciclo de vida de todos os cestódeos (vermes em fita) caracteriza-se por 3 etapas — ovos, larvas e fase adulta. Os adultos habitam os intestinos de hospedeiros definitivos, mamíferos carnívoros.
Uma das mais comuns é a Dipylidium caninum, onde a contaminação se dá através da ingestão de uma pulga infectada. Como os gatos adoram se lamber, engolir uma pulga acidentalmente é comum. As tênias então se alojam nas paredes do intestino e ali começam a crescer, alimentando-se dos nutrientes ingeridos pelo pet.
Os vermes de fita fixam-se nas paredes do intestino e causam inchaço, diarreia e por vezes danificam o pelo, e muitos vezes formam bolas e podem causar obstruções intestinais.
Eles podem ser detectados pela presença de ovos nas fezes dos gatos ou nas áreas anais
Contaminação:
Os gatos filhotes são os mais propensos a contraírem as verminoses, pois geralmente pegam direto da mãe já doente, na hora de seu nascimento ou pelo leite.
Já os gatos adultos podem ficar doentes através do contato com outros animais.
O contágio acontece por ingestão dos ovos ou larvas e também através da penetração na pele.
Os danos decorrentes da infestação dependem de diversos fatores, como a carga parasitária, a idade do animal, as condições imunológicas, o ambiente em que vive, as condições de higiene e manejo e o curso concomitante com outras doenças. Muitas doenças sistêmicas ou dermatológicas têm insucesso no tratamento devido ao animal estar parasitado.
Ainda, são problema de saúde pública, logo devemos educar os proprietários de gatos com relação aos potenciais riscos do controle inadequado de parasitos nesses animais, pois muitos parasitos são zoonóticos e podem afetar especialmente crianças pequenas e indivíduos imunocomprometidos.
O protocolo de vermifugação deverá ser realizado de acordo com recomendação do médico-veterinário.
Fonte:
VÕMITO CRÔNICO EM GATOS
O vômito crônico (ou seja, ocorrente há mais de três semanas) é muito comum na rotina clínica, sendo associado a uma série de motivos e fatores causais diferentes.
É de fundamental importância ressaltar que o vômito é SEMPRE uma manifestação clínica, e que a causa base deve ser buscada sempre visando a uma terapêutica direcionada.
As principais causas (mas não únicas) gastrintestinais são:
- Enteropatias inflamatórias.
- Alergia/intolerância alimentar.
- Neoplasias gastrintestinais – linfoma, carcionoma, mastocitoma.
- Gastrites
- Tricobezoares
- Parasitas
As principais causas (mas não únicas) extragastrintestinais (metabólicas ou sistêmicas) são:
- Doença renal crônica.
- Doença hepática crônica (colangites).
- Doença pancreática crônica.
- Hipertiroidismo.
- Desequilíbrio ácido-base/ eletrolítico.
Fonte: Agener União. Volume 06.2015