Olhar curioso, pelo sedoso, olhos brilhantes, andar ligeiro e esvoaçante! Companheira fiel, sempre à espera de um simples afago, logo retribuído por rápidas lambidas. Na chegada em casa, recepção calorosa por alegres latidos e saltitantes pulinhos, na expectativa ansiosa de um caloroso abraço. Essa era a Maila! Única e insubstituível, amiga querida que me acompanhou por quase dez anos. E agora? Casa vazia, caminha desfeita, ausência de pratos de água e comida! Resta a tristeza de muita saudade por tão pequenina criaturinha, que tanto alegrou a minha vida. Foi-se a pequena, fica na memória a lembrança de muito amor e companheirismo!
Que dia vazio…. Meus amigos, queria dividir um pouco da minha dor com vocês. Hoje acordei desesperadamente com o toque do celular, aquele que pressionava meu peito há dias toda vez que tocava, e foi então que recebemos a triste notícia de que nossa Rúbia tinha nos deixado… Por que? Por que? Por que? Voltando do trabalho hoje, entre lágrimas e apertos no coração vieram as lembranças… Quantas coisas boas me aconteceram…. Quantas alegrias passamos… Foram APENAS 8 meses e 29 dias na companhia da filhota peluda! Bota peluda… Mudou minha vida! Melhor, mudou as nossas vidas… Nossa decisão de assumir a paternidade foi bastante difícil, mesmo! Queríamos oferecer tudo do bom e do melhor a ela, e o melhor para nós era o carinho e principalmente a companhia! Definitivamente ter um cão para ficar em casa o dia todo e vermos apenas a noite, não era nosso objetivo! Não desejavamos isso a ela. Foi então que bolamos uma maneira da Rúbia ficar conosco o maior tempo possível… E conseguimos… O George, o pai, a levava TODOS os dias para o seu trabalho…e junto com ele passou a viver sua rotina…. Uma rotina aliás que ela adorava… No início, a cada ida e volta era uma vomitada no carro, mas com o tempo nós e ela nos acostumamos com os prós e contras. (contras?) Nós de sujar o carro e ela de andar de carro! Abre parenteses (Falando em pai. Que pai teve a Rúbia… que exemplo de homem. Um soberano! A enchia de carinho, brincava e ensiava o tempo todo! Sempre com muito paciencia e energia. Não cansava nunca, nunquinha.. Nunca reclamou, nunca exigiu nada a mais… Eu chegava a me irritar vez que outra, pois a Rubia destruindo a casa e o George em estillo “relaxa – já aconteceu, pronto!” E assim, a gente foi levando e aprendendo a conviver simplesmente*) Fecha parenteses. Decidimos também que ela seria, se tivesse vontade, uma cã obediente. Para que nós, ela e as pessoas que nos rodeiam convivessem em harmonia. Nisso tivemos sucesso absoluto! Ela era nota 10 nesse quesito. Após várias conversas com amigos, livros e aulas de adestramento e muuuuuuita paciência, tivemos um resultado prazeroso e muito divertido! E com certeza bem mais divertido para ela que desejava mesmo a nossa atenção e respeito… E assim foi, até o dia de hoje. Cada dia que ela aprendia algo novo, era uma festa! Lembro como se fosse ontem: ela nadando pela primeira vez e eu me debulhando em lágrimas, emocionadíssima, chorando na orla….”Minha filhota sabe nadarrrr”. Que momento! Hoje pensando bem, a cada coisa nova que ela aprendia, estragava outras duas, pelo menos! Mas por incrível que pareça, isso também nos fazia um bem danado… E com o tempo, a Rúbia foi os ensinando a dar menos valor para as coisas “sem muito valor” Foram-se os sapatos, chinelos, capachos, alguns móveis, o jardim, as paredes, a cama, o baú…. Lembro de um dia a gente chegando em casa, o barulho do rabo dela batendo na porta ansiosa pela nossa chegada, e quando abrimos a porta (?) Um mar de espuma branca, espalhada a “dedo” por toda a casa, por TODA a cada! Ela de tão emocionada, ainda por cima mijou por tudo….Querida! E o que fizemos? Rimos…discretamente, mas rimos! A vida com a Rúbia era assim. Simplesmente…assim! Chegava em casa, cansada, acabada, com mil coisas para arrumar, louca para dormir… e quando olhava aquela carinha com a bola na boca, com o rabo espanando, pedindo pra brincar… Ah! Isso realmente não tem preço….que saudade que dói! E ali eu ficava, horas brincando, no inverno, no calor em qualquer dia em qualquer hora! Sempre que ela desejava… Tudo ficava pra trás… Os deveres passaram a ser secundários… E as brincadeiras se tornaram primordiais para que nossos dias ficassem mais felizes e menos passageiros! Hoje, as 08:03:30 recebi a seguinte mensagem.. “Algumas estrelas são assim mesmo, passam rápido mas a gente jamais esquece o brilho que elas deixaram” (Aline Ocana) E foi assim, como um sopro! Um tufão de coisas boas, de alegrias que reinaram em nossas vidas e que agora, simplesmente passou! Foi embora, num piscar de olhos! Sem deixar qualquer explicação… A Rúbia tinha mãe, pai, tios, tias, dinda, vovó, primas…até sobrinho. Vencemos o pré-conceito e as caras feiras, ela foi, é e sempre será a nossa filha! Em todos os sentidos… Pixianas de alma e coração (de 26 de fev.) recém havíamos comemorados nossos 25 anos (24 meus e 1 dela). E eu, com o sonho de que essa soma fosse longeeee… Sonhando com o dia que ela, com bobeira minha, lambece a cara dos meus filhos… (fato que isso aconteceria inumeras vezes). A Rúbia teve um mal estar na quarta-feira passada, dia 4. Pela manhã levamos para fazer exames e ver o que ocorria… Foi medicada e acusou um aumento no baço com dores abdominais. Foi medicada e passou o dia com o pai… A noite, ela quase não se mexia, queria ficar quietinha, no cantinho dela, ela fechava os olhinhos espremendo-os de dor. Foi na quinta-feira quando desci, vi que ela estava mal, mal conseguia levantar a cabeça.. Foi internada com suspeita da Doença do Carrapato. Com febre bastante alta, acusou ainda uma infecção nas plaquetas do sangue… Meu Deus, o que significa isso? Na sexta-feira, fui vê-la, ela bem descoordenada, nos reconheceu, levando, cai, levantou, caiu, e sempre com a carinha de dor! A Rúbia estava sendo bem cuidada, com uma equipe de veteriárias ótimas e muito queridas! Nào tiravam o olho dela… No sábado veio uma convulsão…no domingo outras… A febre não baixava…quanta aflição. Ela não respondi ao antibiótico. O exame deu negativo e veio a forte suspeita de CINOMOSE. Aqui eu entrei em desespero! Era hora de dar tempo ao tempo… Esperar ela reagir, logo! Eu não dormia direito, deitava e levantava chorando, mas sempre com a esperança de vê-la saudável outra vez, deitada nos meus pés como de costume, sempre fazia! Tivemos a opnião de outros veterinários e os procedimentos estavam todos corretos… Mas nossa rubiazinha ainda sentia muita dor e febre… Na segunda-feira, o George foi visitá-la, ela estava um pouco sedada, ela sabia que ele estava ali! Observava de cantinho de olho enquanto recebia carinho constante! Parecia que ela esperava por aquilo… E foi na manhã dessa terça-feira que minha alma-gemea se entregou…. Que tristeza… Que dor no coração… Que aflição de não poder fazer nada… Que injusto! Queria agradecer a todos que nos apoiaram, que torceram muito pela recuperação da querida Rúbia… Acho que isso nos mostrou que podemos contar com pessoas queridas como vocês… Infelizmente ela não está mais entre nós, mas jamais vou esquecer o dia que cheguei no Canil, olhei de dentro do carro diretamente pra ela e disse: Rúbia! RUBIA WINNER CHOICE BEST FELLOW (26.02.2009 – 09.03.2010) Com amor, carinho e saudade! Lu e George